quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A contradição daqueles que padecem sob o próprio veneno



Por Diogo dos Santos Ferreira 

Um dos slogans do neoateísmo é “A religião é veneno”, há livros, sites e blogs sob este título. Materialistas de todos os naipes repetem como um mantra coisas do tipo, mas de que maneira a religião poderia ser veneno... ou que espécie de veneno seria?

Materialmente não é... a religião não se trata de substância tóxica, nem sólida, nem líquida ou gasosa. Ah! A religião seria um veneno para a alma! Não, mas espere... alma não... eles são materialistas. Então seria um veneno para o cérebro... mas não, não, teria de ser material para ser veneno para o cérebro em sentido próprio. Que tolice... é claro que querem dizer que a religião é veneno em sentido figurado. De qualquer maneira isso está ficando estranho, qual seria o cabal “sentido” do sentido figurado que empregam?  Somente se pode levar uma figura de linguagem a sério se admitir-se como premissa que “o ser pode ser dito de várias formas”, ou seja, que o ser é análogo. Hum... mas não, os materialistas são antimetafísicos... e em sendo materialistas o máximo que poderiam dizer da religião é que seria uma ilusão, uma idéia ilusória, mas para ficar no plano bem materialista seria ainda mais apropriado para eles dizer que a religião seria um conjunto de efeitos de sinapses e secreções cerebrais ou glandulares... mas peraí, se for assim eles não poderiam dizer que é veneno, no sentido de algo mal, aliás não poderiam fazer juízo moral objetivo algum sobre ela e sobre nada, já que o mundo seria  um amontoado de efeitos físico-químicos sem perspectiva de causa final.

A referência ao que é bom ou mal não é dada pela matéria– pois certo e errado é “matéria” metafísica e não coisa de materialistas, cujo horizonte teria de se contentar com uma visão fisicista e univocizada do mundo.

Apenas um juízo deôntico e portanto metafísico e portanto excludente do materialismo, premissa do ateísmo, é que pode embasar uma sentença condenatória contra algo “mal”, um “veneno” em sentido figurado.

A metafísica se supera na própria negação, pois ao nega-la se está valendo-se dela necessariamente.

Sem metafísica e as noções objetivas – mas nada materialistas - de bem e mal moral, nada se pode apodar de terrível ou venenoso.

Eu que não sou materialista (Deo Gratia!) posso dizer: o ateísmo é mal... o ateísmo é veneno.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Relato sobre o Apóstolo João (História Eclesiástica - Eusébio de Cesaréia)



Extraído do livro História Eclesiástica - Eusébio de Cesaréia. Livro III, XXIII, 1-19

1. Por este tempo vivia ainda na Ásia o mesmo a quem Jesus amou, o apóstolo e evangelista João, e ali continuava regendo as igrejas depois de regressar do desterro na ilha, depois da morte de Domiciano.

2. Que João permanecia em vida por este tempo é suficientemente confirmado por duas testemunhas.
Estas, representantes da ortodoxia da Igreja, são bem dignas de fé, tratando-se de homens como Irineu e Clemente de Alexandria.

3. O primeiro deles, Irineu, escreve textualmente em alguma parte do livro II de sua obra Contra as heresias como segue:
"E todos os presbíteros que na Ásia estão relacionados com João, o discípulo do Senhor, dão testemunho de que João o transmitiu, porque ainda viveu com eles até os tempos de Trajano."

4. E no livro III da mesma obra manifesta o mesmo com estas palavras: "Mas também a igreja de Éfeso, por ter sido fundada por Paulo e porque nela viveu João até os tempos de Trajano, é um testemunho veraz da tradição dos apóstolos."

5. Por sua parte, Clemente assinala o mesmo tempo, e em sua obra que intitulou Quem é o rico que se salva acrescenta uma narrativa valiosíssima para os que gostam de escutar coisas belas e proveitosas. Toma, pois, e lê o que ali escreveu:

6. "Escuta uma historieta, que não é uma historieta, mas uma tradição existente sobre o apóstolo João, transmitida e guardada na memória. Efetivamente, depois que morreu o tirano, João mudou-se da ilha de Patmos a Éfeso. Daqui costumava partir, quando o chamavam, até as regiões pagãs vizinhas, com o fim de, em alguns lugares, estabelecer bispos; em outros, erguer igrejas inteiras, e em outros ainda, ordenar a algum dos que haviam sido designados pelo Espírito.

7. Veio, pois a uma cidade não muito distante e cujo nome alguns inclusive mencionam. Depois de consolar os irmãos em tudo o mais, tendo visto um jovem de grande estatura, de aspecto elegante e de alma vivaz, fixou seu olhar no rosto do bispo instituído sobre a comunidade e disse: “Eu te confio este com toda a atenção, na presença da igreja e com Cristo como testemunha.” O bispo aceitou o jovem, prometendo-lhe tudo, mas João insistia no mesmo e apelando para as mesmas testemunhas.

8. Logo regressou a Éfeso, e o presbítero levou para casa o jovem que lhe havia sido confiado e ali o manteve, rodeou-o de afeto e por fim batizou-o. Depois disto afrouxou um pouco sua grande solicitude e vigilância, pensando que havia imposto a salvaguarda perfeita: o selo do Senhor.

9. Mas certos rapazes de sua idade, malandros, dissolutos e tendentes ao mal, perverteram-no. Sua liberdade era prematura. Primeiramente atraíram-no por meio de suntuosos banquetes; depois levaram-no consigo, inclusive de noite, quando saíam para o roubo, e por fim exigiram-lhe participar com eles de maldades maiores.

10. O jovem foi se acostumando a isto sem perceber, e desviando-se do caminho reto, como cavalo de boca dura, brioso e que rejeita o freio, por seu vigor natural foi-se precipitando com mais força ao abismo.

11. Acabou perdendo a esperança na salvação divina. Desde então não planejava coisas pequenas, mas, tendo já cometido grandes crimes, já que estava perdido de uma vez por todas, considerava justo correr o mesmo risco dos demais. Assim foi que, juntando-se aos mesmos e formando um bando de salteadores, era ele seu líder resoluto, o mais violento, o mais homicida, o mais temível de todos.

12. Depois de algum tempo surgiu certa necessidade e voltaram a chamar João. Este, depois de ter resolvido os assuntos pelos quais tinha vindo, disse: “Bem, bispo, devolve-me o depósito que eu e Cristo te confiamos na presença da igreja que presides e que é testemunha.”

13. O bispo a princípio ficou estupefato, acreditando ser vítima de calúnia sobre algum dinheiro que ele não havia recebido: não podia crer no que não tinha nem podia deixar de crer em João. Quando este lhe disse: “O jovem é o que te peço, e a alma do irmão”, o ancião prorrompeu em profundos soluços e, marejado de lágrimas, disse: “este está morto”. Como? Morto de quê? “Está morto para Deus - disse -, pois afastou-se transformado num perverso, um perdido, e para o cúmulo, um salteador, e agora ocupa o monte que está frente à igreja, com uma quadrilha de sua mesma índole.”

14. Rasgou o apóstolo sua roupa e, golpeando a cabeça, com grande lamento exclamou: “Bom guardião deixei para a alma do irmão! Mas tragam já um cavalo e alguém que me guie no caminho.” E dali, tal como estava, saiu da igreja e foi-se.

15. Chegou ao lugar. Os sentinelas dos bandidos deitaram-lhe as mãos, mas ele não fugia nem suplicava, mas aos gritos dizia: “Para isso vim, levem-me ao vosso chefe.”

16. Este, entretanto, aguardava armado como estava, mas ao reconhecer João naquele que se aproximava, fugiu cheio de vergonha. João o perseguia com todas suas forças, esquecido de sua idade e gritando:

17. “Por que foges de mim, filho, de mim, teu pai, desarmado e velho? Tem piedade de mim, filho, não tema. Ainda tens esperança de vida. Darei conta por ti a Cristo, e se for necessário, com gosto sofrerei por ti a morte, como o Senhor a sofreu por nós. Por tua vida eu darei em troca a minha própria. Pára! Tenha fé! Foi Cristo que me enviou!”

18. O jovem, ao ouvi-lo, primeiramente deteve-se, com os olhos baixos; em seguida largou as armas, e tremendo, abraçou-se a ele. Seus lamentos eram já um discurso de defesa, e suas lágrimas serviam-lhe de segundo batismo. Apenas ocultava a mão direita.

19. Mas João foi-lhe fiador, jurando que havia alcançado o perdão para ele por parte do Salvador, caiu de joelhos, suplicante, e beijou a mesma mão direita considerando-a já purificada pelo arrependimento. Reconduziu-o à igreja, orou com súplicas abundantes, acompanhou-o em sua luta com jejuns prolongados e foi cativando seu espírito com os variados atrativos de sua palavra, e segundo dizem, não saiu dali até tê-lo consolidado na igreja, depois de ter dado grande exemplo de verdadeiro arrependimento e grandes sinais de regeneração, como troféu de uma ressurreição visível.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Guerra ao usurpador! (Papai Noel é São Nicolau?)



"Todos os anos nossas cidades são invadidas pela figura ridícula de um velhote barrigudo, vestido de vermelho e conduzindo uma charrete puxada por veadinhos voadores, todo agasalhado em nosso escaldante verão tropical. Em plena época do Natal de Nosso Senhor, querem impingir essa figura grotesca às crianças, para que substitua no coração delas o Menino Jesus que veio ao mundo para a nossa salvação. E ainda há quem pretenda justificar essa barbaridade neopagã, fazendo ligações inexistentes entre a figura mitológica do Papai Noel e São Nicolau, um santo católico que realmente existiu e que nada tem a ver com esse personagem de lenda (São Nicolau viveu na Ásia Menor, não no Pólo Norte!!!). O leigo católico Hugo Ferreira Pinto desmonta esta e outras falácias no artigo a seguir. Destacamos com negrito as passagens que julgamos mais significativas".

Por Hugo Ferreira Pinto

Mas... Por quê? Papai-Noel é São Nicolau, santo da Igreja Católica!!!

Que seja! Mas nunca, nunca mesmo, um santo da Igreja Católica se colocaria no lugar do Menino Jesus! Pelo contrário, os Santos dizem: ?É preciso que Jesus cresça e eu diminua!? (Jo, 3,30).

Alguém dirá: Certamente que o velhinho tão querido, ?Papai Noel?, não é uma criação pagã. Porém ele é, e o seu caráter verdadeiro não é tão bondoso e santo quanto muitos pensam!

O nome ?Papai Noel? (em inglês, ?Santa Claus?) seria uma corruptela do nome ?São Nicolau?, um Bispo romano que viveu no século V. Leia na Enciclopédia Britânica, vol.19, páginas 648-649, 11ª edição inglesa, o seguinte: ?São Nicolau, Bispo de Mira, um santo venerado pelos gregos e latinos no dia 6 de dezembro... A lenda de sua dádiva oferecida as escondidas, de dotes, às três filhas de um cidadão empobrecido...? diz se ter originado o costume de dar presentes as escondidas no dia de São Nicolau (6 de dezembro), o que mais tarde foi transferido para o dia de Natal. Daí a associação do Natal com São Nicolau (Papai Noel), que sorrateiramente a idéia é fazê-lo substituir o Papai do Céu.

Durante o ano os pais castigam suas crianças por falarem mentira. Então na época de Natal, contam-lhes esta tamanha mentira do Papai Noel! Será demais pensar então que muitos deles ao crescerem e conhecerem a verdade, comecem a acreditar também que Deus é um mito?

Um rapazinho, sentindo-se triste e desiludido sobre a verdade de Papai Noel, comentou com o seu companheirinho: ?Eles vão ver. Vou investigar também essa história de Jesus Cristo?. É um ato cristão ensinar às crianças mitos e mentiras? Deus declara: ?Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.? (Êxodo 20,16). Pode ser que pareça certo, e que seja justificável pela razão humana, porém Deus acrescenta: ?Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte.? (Provérbios 14,12).

?Eu gostaria de sublinhar que a influência nefasta do demônio e de seus seguidores vem habitualmente exercitada através do engano, da mentira, da dissimulação e da confusão. Como Jesus é a Verdade (cf. Jo 8, 44), assim o diabo é o mentiroso por excelência. Desde sempre, desde o princípio, a mentira foi sua estratégia preferida. Não há nenhuma dúvida de que o diabo procura induzir as pessoas na rede da mentira, pequena ou clamorosa. Engana os homens, fazendo-os acreditar que a felicidade se encontra no dinheiro, no poder, na luxúria carnal. Engana os homens, persuadindo-os de que não precisam de Deus e que eles são auto-suficientes sem necessidade da graça e a salvação. Consegue até mesmo enganar os homens, diminuindo ou fazendo desaparecer o senso do pecado, substituindo a Lei de Deus como critério de moralidade, pelos hábitos ou as convenções da maioria. Persuade as crianças de que a mentira é um modo apropriado para solucionar os diversos problemas , e assim, cria entre os homens uma atmosfera de desconfiança e suspeita.? (Santa Sé,? Apresentação do Novo Rito de Exorcismo? em 26 de Janeiro de 1999).

O? velhinho? de barba branca é sempre alguém que se disfarça para parecer bonzinho! Satanás também se mostra como ?anjo de luz? para enganar! (veja 2Cor 13,14; Apoc 12,9) Haverá uma conexão?!

E assim, quando examinamos os fatos, ficamos surpreendidos grandemente ao saber que a prática dessa observância do Natal não é, afinal, uma prática cristã verdadeira, porém um costume pagão -- um dos caminhos de Babilônia que o mundo continua seguindo!

Sermão de Natal de São Beda o Venerável


E eis que os pastores se apressam, com grande alegria, para ver aquele de quem ouviram falar. E como buscaram com fervoroso amor, mereceram achar rapidamente o Salvador. Assim também os inteligentes pastores dos rebanhos, ou melhor, todos os fiéis que se propõem a procurar a Cristo com o trabalho do espírito, o demonstram por suas palavras e atos.

Vamos até Belém, disseram, para ver esta palavra que se realizou. Vamos, pois, nós também, caríssimos irmãos, pelo pensamento, até Belém, cidade de Davi, e lembremos, cheios de amor, que nela o Verbo se fez carne e celebremos com honras sua Encarnação. Deixemos para trás as baixas concupiscências da carne e, com todo o desejo da alma, vamos até a Belém do alto, ou seja, a casa do Pão vivo, não fabricada, mas eterna no céu, e relembremos amando que o Verbo se fez carne. Para lá Ele subiu na carne, onde senta à direita do Pai. Procuremo-Lo no alto, com perseverante virtude, com coração solícito, pela mortificação do corpo, para encontrarmos reinando no trono do Pai, Aquele que os pastores viram chorando no Presépio.

E vieram apressados e encontraram Maria e José, e a criança recostada no Presépio. Vieram os pastores apressados e encontraram Deus nascido como homem e os ministros deste nascimento. Corramos nós também, irmãos, não com os passos dos pés, mas com o progresso das boas obras, para ver esta mesma humanidade glorificada, com seus ministros tendo já recebido a digna recompensa por seus trabalhos. Corramos vê-Lo na resplandecente majestade do Pai, que é também sua. Corramos vê-Lo, digo, pois tanta felicidade não se procura com vagar e preguiça, mas deve-se seguir as pegadas de Cristo com vivacidade. Pois Ele próprio, desejoso de ajudar nosso caminho, estende a mão, querendo ouvir de nós: "Atraia-nos atrás de ti, corremos no aroma dos teus perfumes".

Continuemos, então, apertemos os passos da virtude, para O alcançarmos. Ninguém se atrase a se converter ao Senhor, que ninguém deixe ir passando os dias; peçamos por todos os meios e antes de tudo, que Ele dirija nossos passos segundo a sua palavra e que o mal não tenha domínio sobre nós.

Ao vê-Lo, reconheceram a palavra que lhes tinha sido dita sobre esta criança. E nós, irmãos amados, as coisas que nos foram ditas sobre o nosso Salvador, Deus e homem verdadeiro, recebamos logo com pia fé e abracemos depressa com grande amor, para que possamos ter delas, no futuro, um perfeito conhecimento de visão compreensiva. Elas são a vida única e verdadeira dos beatos, não só homens, mas também dos anjos, que contemplam perpetuamente a face do Criador, como ardentemente desejava o salmista, que dizia: "Minha alma tem sede do Deus vivo, quando virei e aparecerei diante da face de Deus". E ele mostra que seu desejo não pode ser contentado com nenhuma influência terrestre, mas somente da visão de Deus, quando diz: "Ficarei saciado quando se manifestar a Vossa glória". E como não são os preguiçosos e os moles que são dignos da divina contemplação, nos adverte solícito: "Mas eu aparecerei diante de Vós na santidade".

sábado, 17 de dezembro de 2011

#BrasilsemTVRecord 4º Lugar nos TTs


O silêncio dos Católicos acabou no dia 17 de Dezembro de 2011.
Louvo a Deus por fazer parte deste momento histórico da vida dos Católicos!
Por amor ao Santo Padre e a Jornada Mundial da Juventude #BrasilsemTVRecord.
Pax et Ignis!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

TV Record quer colocar os brasileiros contra a JMJ 2013 (Dominus Vobiscum)


Recentemente fomos surpreendidos por mais uma investida da TV Record contra os católicos. Na última sexta feira 09/12/2011 a emissora publicou em seu programa jornalístico uma matéria denunciando a deputada Myrian Rios por criar um projeto que solicita o orçamento de 5 milhões de reais para a realização da Jornada Mundial da Juventude em 2013 no Rio de Janeiro. (para ver a matéria clique aqui)

Talvez você me pergunte: Se a matéria foi contra a Myrian Rios, por que você começa falando que a investida foi contra os católicos?

Simples, a Jornada Mundial da Juventude 2013, mais conhecida como JMJ2013será aqui no Brasil – Rio de Janeiro. Esse evento de cunho internacional deve trazer para a cidade jovens do mundo todo, além dos jovens brasileiros que terão maior acesso ao evento. Para se ter uma idéia, o público estimado da última JMJ/Madrid foi de 2 milhões de participantes. Aqui no Brasil, acredito que esse número será ultrapassado, tendo em vista que o custo de deslocamento será bem menor para o brasileiro que em sua maioria é jovem e católico. E essa mesma juventude católica que estará na jornada, é alvo das investidas da Universal. Um evento como esse sendo fora do Brasil, não afeta seu trabalho de doutrinação. Mas uma vez que o evento acontecerá aqui (seu celeiro), óbvio que não agrada em nada, a cúpula da IURD.

A matéria tendenciosa da Record (e já explico porque ela é tendenciosa) quis jogar as pessoas contra o evento em virtude do pedido da deputada feito ao governo de separar 5 milhões de reais para os gastos da cidade com a JMJ. É claro que para o cidadão simples e desinformado essa cifra parece enorme, afinal ninguém ganha isso. Mas na verdade quem trabalha com dinheiro público sabe que essa quantia nem é tanto assim, tendo em vista que na JMJ2011 em Madrid, a cidade teve um lucro de354 milhões de euros. Para você comparar: Imagina se alguém te pedisse 100 reais e te desse 200% de lucro! Seria um bom negócio ou não?

O evento movimentará hotéis, aeroportos, restaurantes, comércio (formal e informal), transporte viário e outros segmentos, além de ser um acontecimento onde não existe bebida, droga e violência. Além do mais, a própria cidade que será uma das cidades sedes da Copa em 2014 e sede das Olimpíadas 2016, ganhará visibilidade internacional. Imaginem quantas pessoas irão falar bem da Cidade Maravilhosa após esse evento? Quanto de marketing o Rio não economizará? Não é preciso se estender muito o pensamento, para que você veja quantas vantagens a JMJ traz a cidade que lhe abriga.

Uma matéria tendenciosa

Eu preferi não postar a matéria aqui no blog, mas você pode vê-la aqui. Perceba que em nenhum momento se falou de motivos bons para que a jornada acontecesse. Tudo foi negativo. Nenhum parecer positivo.

A “imparcialidade” meus caros, acontece quando os dois lados são ouvidos. Quando se faz uma reportagem que só dá voz a um dos lados, nunca será imparcial. Por isso é tendenciosa. No texto da matéria eles afirmam que os cariocas reclamam da movimentação. Escolhem três ou quatro pessoas e tomam este depoimento como todo povo carioca.

Povo Fala

Fui editor de TV por mais de 10 anos e sei de técnicas de edição que podem ser usadas para formular conceitos. Eu disse pode! Numa matéria jornalística quando se quer reforçar uma idéia, utiliza-se um artifício chamado “Povo Fala”. Como funciona? Eu entrevisto 10 pessoas na rua, mas só uso o trecho de duas ou três que convém ao que eu quero falar. Tal decisão é sempre do repórter que entrega o roteiro ao editor. Agora veja se não foi isso que aconteceu nessa matéria?

O fato é: A Record e a IURD vão se colocar contra a JMJ2013 por se tratar de um evento católico que vai atingir o Brasil, país que é alvo das investidas desta Igreja. Eles sabem que o ardor de muitos jovens será reinflamado. Sabem que muitos vão se encontrar com o Cristo verdadeiro. Sabem que o Brasil é um país cuja maioria se declara católica e esse evento vai mexer com a fé do povo. Eles vão criar matérias em seus jornais para colocar o povo contra a JMJ por outros artifícios: seja por causa de dinheiro, seja por causa da infraestrutura, seja porque raios de coisas for.

Eu particularmente penso o seguinte: Se um dia a IURD fizer um evento internacional que traga cerca de 2 milhões de jovens do mundo todo ao Brasil, por favor liberem 5 milhões também para eles. O problema é que isso quase impossível acontecer. A IURD de universal só tem o nome. Muitos países nem querem sua presença. A verdadeira Igreja Universal é a Igreja Católica Apostólica Romana. Aliás, a palavra Católica quer dizer Universal (até isso copiaram de nós). Isso tudo nada mais é, que mania de grandeza e vontade de ser o que nós somos. Como diz o Capitão Nascimento: Nunca serão…

Por isso, faremos dia 16/12/2011 às 14h um twittaço. Com a hastag#BrasilsemTVRecord vamos criticar a posição da emissora, que por ser ligada a IURD eventualmente faz matérias tendenciosas contra a Igreja Católica. Não quero pedir que você deixe de assistir a TV Record. Isso fica a seu critério. Eu não assisto. Mas é preciso que você saiba que as matérias que ela faz contra a Igreja, são tendenciosas. Nosso protesto é pacífico e quer alertar os católicos contra esse tipo de prática. Se você tem twitter, esperamos você por lá!

Pax Domini

Fonte: http://domvob.wordpress.com/

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Discurso de Bento XVI - Veneração à Imaculada Conceição


ATO DE VENERAÇÃO À IMACULADA CONCEIÇÃO
Piazza di Spagna - Roma
Quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


Queridos irmãos e irmãs,


A grande festa de Maria Imaculada convida-nos todos os anos a reencontrar-mo-nos aqui, em uma das praças mais belas de Roma, para homenageá-La, a Mãe de Cristo e Mãe nossa. Com afeto saúdo a todos vós aqui presentes, bem como a quantos estão unidos a nós através do rádio e da televisão. E agradeço-vos pela vossa grande participação neste meu ato de oração.

Sobre a sumidade da coluna que rodeamos, Maria é representada por uma estátua que, em parte, refere-se ao trecho do Apocalipse há pouco proclamado: "Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas" (Ap 12,1). Qual é o significado desta imagem? Representa, ao mesmo tempo, Nossa Senhora e a Igreja.

Antes de mais nada, a "mulher" do Apocalipse é Maria mesma. Ela aparece "vestida de sol", isto é, vestida de Deus: a Virgem Maria, de fato, é toda circundada pela luz de Deus e vive em Deus. Ess
e símbolo da veste luminosa claramente expressa uma condição que diz respeito a todo o ser de Maria: Ela é "cheia de graça", repleta do amor de Deus. E "Deus é luz", diz ainda São João (1 Jo 1,5). Eis, portanto, que a "plena de graça", a "Imaculada" reflete com toda a sua pessoa a luz do "sol" que é Deus.

Essa mulher tem sob os seus pés a lua, símbolo da morte e da mortalidade. Maria, de fato, está plenamente associada à vitória de Jesus Cristo, seu Filho, sobre o pecado e a morte; é livre de qualquer sombra de morte e totalmente repleta de vida. Como a morte não tem mais poder algum sobre Jesus ressuscitado (cf. Rm 6,9), assim, por uma graça e um privilégio singular de Deus Onipotente, Maria também a deixou para trás, superou-a. E isso se manifesta nos dois grandes mistérios da sua existência: no início, o ter sido concebida sem pecado original, que é o mistério que celebramos hoje; e, ao final, o ter sido assunta em alma e corpo ao Céu, na glória de Deus. Mas também toda a sua vida terrena foi uma vitória sobre a morte, porque despendida inteiramente ao serviço de Deus, na oblação plena de si a Ele e ao próximo. Por isso, Maria é, em si mesma, um hino à vida: é a criatura em que já se realizou a palavra de Cristo: "Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância" (Jo 10,10).

Na visão do Apocalipse há uma outra peculiaridade: sobre a cabeça da mulher vestida de sol há "uma coroa de doze estrelas". Esse sinal representa as doze tribos de Israel e significa que a Virgem Maria está no centro do Povo de Deus, de toda a comunhão dos santos. E, assim, essa imagem da coroa de doze estrelas introduz-nos na segunda grande interpretação do sinal celeste da "mulher vestida de sol": além de representar a Nossa Senhora, esse sinal personifica a Igreja, a comunidade cristã de todos os tempos. Essa está grávida, no sentido de que leva no seu seio a Cristo e deve oferecê-lo ao mundo: eis a missão da Igreja peregrina sobre a terra, que, em meio às consolações de Deus e às perseguições do mundo, deve levar Jesus aos homens.

É exatamente por isso, porque leva Jesus, que a Igreja encontra a oposição de um feroz adversário, representado na visão apocalíptica por "um enorme dragão vermelho" (Ap 12,3). Esse dragão procurou, em vão, devorar a Jesus – o "filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações" (12,5) –, em vão porque Jesus, através da sua morte e ressurreição, subiu para Deus e se assentou em seu trono. Por isso, o dragão, vencido de uma vez por todas no céu, dirige os seus ataques contra a mulher – a Igreja – no deserto do mundo. Mas, em todas as épocas, a Igreja é sustentada pela luz e pela força de Deus, que a nutre no deserto com o pão da sua Palavra e da santa Eucaristia. E, assim, em cada tribulação, através de todas as provas que encontra ao longo dos tempos e nas diversas partes do mundo, a Igreja sofre perseguição, mas acaba vencedora. E, exatamente deste modo, a Comunidade cristã é a presença, a garantia do amor de Deus contra todas as ideologias do ódio e do egoísmo.

A única traição de que a Igreja pode e deve ter temor é o pecado de seus membros. Enquanto, de fato, Maria é Imaculada, livre de toda a mácula de pecado, a Igreja é santa, mas, ao mesmo tempo, marcada pelos nossos pecados. Por isso, o Povo de Deus, peregrino no tempo, dirige-se à sua Mãe celeste e pede o seu auxílio; pede-o para que Ela acompanhe o caminho de fé, para que encoraje o empenho de vida cristã e para que seja sustento de esperança. Disso temos necessidade, sobretudo neste momento tão difícil para a Itália, para a Europa, para diversas partes do mundo. Maria ajude-nos a ver que há uma luz para além do manto de névoa que parece envolver a realidade. Por isso, também nós, especialmente nesta ocasião, não cessamos de pedir com confiança filial o seu auxílio: "Oh Maria, concebida sem pecado, ora por nós que a ti recorremos". Ora pro nobis, intercede pro nobis ad Dominum Iesum Christum!


A Imaculada Conceição

Ícone da Virgem de Vladimir - Séc. XII

Reza o dogma católico que a Bem-aventurada Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua conceição, foi preservada da nódoa do pecado original, por privilégio único de Deus e aplicação dos merecimentos de seu divino Filho.

O dogma abrange dois pontos importantes:

a) O primeiro é ter sido a Santíssima Virgem preservada da mancha original desde o princípio de sua conceição. Deus abrogou para ela a lei de propagação do pecado original na raça de Adão; ou por outra, Maria foi cumulada, ainda no começo da vida, com os dons da graça santificante.

b) No segundo, vê-se que tal privilégio não era devido por direito. Foi concedido na previsão dos merecimentos de Jesus Cristo. O que valeu a Maria este favor peculiar foram os benefícios da Redenção, na previsão dos méritos de Jesus Cristo, que já existiam nos eternos desígnios de Deus.

Como se dá a transmissão do Pecado Original

Primeiramente, é necessário esclarecer em que consiste a transmissão do "Pecado Original". A lei geral: "Todos os homens pecaram num só" é o grande argumento dos protestantes contra a "Imaculada Conceição". Tal lei é certa e, segundo vamos demonstrar, não encontra a mínima contradição com o dogma católico.

S. Francisco de Sales, no seu "Tratado do amor de Deus", exprime essa verdade de um modo singelo e glorioso! "A torrente da iniqüidade original veio lançar as suas ondas impuras sobre a conceição da Virgem Sagrada, com a mesma impetuosidade que sobre a dos demais filhos de Adão; mas chegando ali, as vagas do pecado não passaram além, mas se detiveram, como outrora o Jordão no tempo de Josué, aqui respeitando a arca da aliança a torrente parou; lá em atenção ao Tabernáculo da verdadeira aliança, que é a Virgem Maria, o pecado original se deteve."

Os protestantes deveriam compreender a diferença essencial que há entre "pecar em Adão" e "pecar pessoalmente", como são coisas bem distintas pertencer a uma raça pecadora e ser pecador.

De que modo, afinal, contraímos nós o pecado original?

Tal transmissão não se pode fazer pela "criação" da alma; afirmar isso seria dizer que Deus é o autor do pecado, o que é impossível e repugna. Não se transmite tão pouco pelos pais, pois a alma dos filhos não se origina das almas dos pais, mas é criada por Deus. A transmissão se efetua pela "geração".

A alma é criada por Deus no estado de inocência perfeita, mas contrai a "mácula", unindo-se a um corpo formado de um gérmen corrompido, do mesmo modo que ela sofreria, se fosse unida a um corpo ferido. É a opinião de Santo Tomás.

Santo Agostinho diz a propósito: "Apesar de nascerem de pais batizados, os filhos vêm à luz com o pecado original, como do trigo inutilizado germina uma espiga, em que o grão é misturado com a palha."

Nesse mistério do nascimento de uma criança, pelo exposto, opera-se uma dupla conceição: a da alma e a do corpo. Foi nesse momento quase imperceptível que Deus preservou do pecado original a "pessoa" de Maria Santíssima. Criou sua alma, como criou as nossas. Os progenitores de Nossa Senhora formaram-lhe o corpo, como nossos pais formaram o nosso. Até aqui tudo é natural; o milagre da preservação limita-se ao instante em que o Criador uniu a alma ao corpo.

Desta união devia resultar a "transmissão do pecado". Deus fez parar o curso desta transmissão, de modo que nela a união se operou, como se tinha realizado na pessoa de Adão, quando Deus, depois de ter feito o corpo do primeiro homem, soprou nele o espírito, constituindo-o na perfeição da inocência e justiça original.

Maria é uma segunda Eva... mas Eva antes de sua queda! Tal é a sublime doutrina da Igreja de Cristo.

A Exceção à Lei Geral

Seria possível objetar-se que Deus não tem poder para derrogar as leis gerais por Ele mesmo estabelecidas?

Seria negar a onipotência divina e fixar limites Àquele que não os tem.

É uma lei geral que "todos pecaram num só". Tal fato é universal, e todas as criaturas a ele estão subordinadas. Todavia, nada impede que, antes de efetuar-se a união da alma com o corpo, Deus possa intervir e suspender "um dos seus efeitos", o qual é, precisamente, a transmissão desse "pecado original".

A Sagrada Escritura está repleta dessas derrogações de leis gerais. O movimento do sol e da lua está matematicamente fixado pela lei da natureza; entretanto, Josué não hesitou em fazê-lo parar: "Sol detem-te em Gibeon, e tu, lua, no vale de Hadjalon. E o sol deteve-se e a lua parou" (Jos. 10, 12-13).

É uma lei que as águas sigam a correnteza do seu curso. Entretanto, "Moisés estendeu a mão..." o mar deixou livre o seu leito, partiram-se as águas, com um muro à sua esquerda e à sua direita (Exod. 14, 21 e 22).

É uma lei que o um morto fique morto até à ressureição geral; entretanto, o próprio Cristo-Deus, diante do cadáver de Lázaro, já em putrefação, exclamou: "Lázaro, sai!" (Jo 11, 43 e 41). E imediatamente aquele que estava morto saiu vivo.

Que prova isso, demonstra que "para Deus nada é impossível" (Lc 18, 27).

Será, então, que os protestantes acham impossível que Deus preserve Maria Santíssima do Pecado Original?

Se a lei geral fosse superior ao poder de Deus, como ficaria o Homem-Deus? Ele, em sua natureza humana, foi preservado do pecado original, mesmo nascendo de uma mulher. Se fosse impossível a Deus manter Imaculada a sua Mãe, também seria impossível manter "imaculado" o Seu Filho único, que nasceu verdadeiro Homem e verdadeiro Deus.

Provas na Sagrada Escritura:

Depois da queda do pecado original, Deus falou ao demônio, oculto sob a forma de serpente: "Ei de por inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça (semente) e a tua; ela te esmagará a cabeça" (Gen 3, 15). Basta um pouco de boa-vontade para compreender de que "mulher" o texto fala. A única mulher "cheia de graça", "bendita entre todas", na qual a "semente" ou (raça) foi Nosso Senhor Jesus Cristo (e os cristãos), é a Santíssima Virgem, a nova Eva, mãe do Novo Adão. Conforme esse texto, há uma luta entre dois antagonistas: de um lado, está uma mulher com o filho; do outro, o demônio. Quem há de ganhar a vitória são aqueles e não estes. Ora, se Nossa Senhora não fosse imaculada, essa inimizade não seria inteira e a vitória não seria total, pois Maria Santíssima teria sido, pelo menos em parte, sujeita ao poder do demônio através do Pecado Original. Em outras palavras, a inimizade entre a mulher (e sua posteridade) e a serpente, implica, necessariamente, que Nosso Senhor e Nossa Senhora não poderiam ter sido manchados pelo pecado original.

Na saudação angélica, quando S. Gabriel diz: "Ave, cheia de graça. O Senhor é convosco". Ora, não se exprimiria desta maneira o anjo e nem haveria plenitude de graça, se Nossa Senhora tivesse o pecado original, visto o homem ter perdido a graça após o pecado.

A maneira da saudação angélica transparece a grandeza de Nossa Senhora, pois o Anjo a saúda com a "Ave, Cheia de Graça". Ele troca o nome "Maria" pela qualidade "Cheia de Graça", como Deus desejou chamá-la.

Ao mesmo tempo, a afirmação "o Senhor é convosco" abrange uma verdade luminosa. Se Nosso Senhor é (está) com Nossa Senhora antes da encarnação ("é convosco"). Sendo palavras anteriores à encarnação do verbo no seio da Virgem Maria, forçoso é reconhecer que onde está Deus não está o pecado. Ou seja, Nossa Senhora não tinha o "pecado original".

Prossegue o arcanjo: Não temas, Maria, pois "achaste graça diante de Deus". Aqui termina a revelação da Imaculada Conceição para começar a da maternidade divina: "Eis que conceberás no teu ventre e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus". (Lc 1, 28).

Pela simples leitura percebe-se a conexão estreita entre duas verdades: "Maria será a mãe de Jesus, porque achou graça diante de Deus".

Mas, que graça Nossa Senhora achou diante de Deus para poder ser escolhida como a Mãe Dele? Ora, a única graça que não existia - ou que estava "perdida" - era a "graça original". Falar, pois, que: "Maria achou graça" é dizer que achou a "graça original". Ora, a "graça original" é a "Imaculada Conceição"!

Os evangelhos sinóticos deixam claro que a palavra "Cheia de Graça", em grego: "Kecharitoménê", particípio passado de "charitóô", de "Cháris", é empregado na Sagrada Escritura para designar a graça em seu sentido pleno, e não no sentido corrente. A tradução literal seria: "omnino Plena Caelesti gratia" ou "Ominino gratiosa reddita": "Cheia de graça".

Ou seja, a tradução do latim: "gratia plena" é mais perfeita do que a palavra portuguesa: "cheia de graça". Nossa Senhora não apenas "encontrou graça", mas estava "plena" de Graça. Corroborando o que disse o Arcanjo logo em seguida: "O Senhor é contigo".

Falando à Santíssima Virgem que Ela "achara graça", o Arcanjo diz: Maria, sois imaculada, e, por isto, sereis a Mãe de Jesus Cristo.

Também é pela própria razão que se pode concluir a Imaculada Conceição. É claro que o argumento racional não é definitivo, mas corroborou com muita conveniência - e completa harmonia - para com ele. Se Maria Santíssima fosse manchada do pecado original, essa mancha redundaria em menor glória para seu filho, que ficou nove meses no ventre de uma mulher que teria sido concebida na vergonha daquele pecado. Se qualquer mácula houvesse na formação de Maria Santíssima, teria havido igualmente na formação de Jesus, pois o filho é formado do sangue materno.

S. Paulo assim se expressa sobre o ventre de onde nasceu o menino-Deus: "Cristo, porém, apareceu como um pontífice dos bens futuros. Entrou no tabernáculo mais excelente e perfeito, não construído por mãos humanas, nem mesmo deste mundo" (Hebr 9, 12).

Que tabernáculo é esse, "não construído por mãos humanas", por onde "entrou" Nosso Senhor Jesus Cristo? Fica claro o milagre operado em Nossa Senhora na previsão dos méritos de seu divino Filho. Negar que Deus pudesse realizar tal milagre (Imaculada Conceição) seria duvidar de sua onipotência. Negar que Ele desejaria fazer tal milagre seria menosprezar seu amor filial, pois, como afirma S. Paulo: Deus construiu o seu "tabernáculo" que não foi "construído por mãos humanas".

Ora, este tabernáculo, feito imediatamente por Deus e para Deus, devia revestir-se de toda a beleza e pureza que o próprio Deus teria podido outorgar a uma criatura.

E esta pureza perfeita e ideal se denomina: a Imaculada Conceição.

Agora examinemos a Tradição, desde os primeiros séculos:

S. Tiago Menor, o qual realizou o esquema da liturgia da Santa Missa, prescreve a seguinte leitura, após ler uns passos do antigo e do novo testamento, e de umas orações: "Fazemos memória de nossa Santíssima, Imaculada, e gloriosíssima Senhora Maria, Mãe de Deus e sempre Virgem".

O santo Apóstolo não se limita a isso, mas torna a sua fé mais expressiva ainda. Após a consagração e umas preces, ele faz dizer ao Celebrante: "Prestemos homenagem, principalmente, a Nossa Senhora, a Santíssima, Imaculada, abençoada acima de todas as criaturas, a gloriosíssima Mãe de Deus, sempre Virgem Maria. E os cantores respondem: É verdadeiramente digno que nós vos proclamemos bem-aventurada e em toda linha irrepreensível, Mãe de Nosso Deus, mais digna que os querubins, mais digna de glória que os serafins; a vós que destes à luz o Verbo divino, sem perder a vossa integridade perfeita, nós glorificamos como Mãe de Deus" (S. jacob in Liturgia sua).

O evangelista S. Marcos, na Liturgia que deixou às igrejas do Egito, serve-se de expressões semelhantes: "Lembremo-nos, sobretudo, da Santíssima, intemerata e bendita Senhora Nossa, a Mãe de Deus e sempre Virgem Maria".

Na Liturgia dos etíopes, de autor desconhecido, mas cuja composição data do primeiro século, encontramos diversas menções explícitas da Imaculada Conceição. Umas das suas orações começa nestes termos: Alegrai-vos, Rainha, verdadeiramente Imaculada, alegrai-vos, glória de nossos pais. Mais adiante, é pela intercessão da Imaculada Virgem Maria que o Sacerdote invoca a Deus em favor dos fiéis: "Pelas preces e a intercessão que faz em nosso favor Nossa Senhora, a Santa e Imaculada Virgem Maria.".

Terminamos o primeiro século com as palavras de Santo André, apóstolo, expondo a doutrina cristã ao procônsul Egeu, passagem que figura nas atas do martírio do mesmo santo, e data do primeiro século: "Tendo sido o primeiro homem formado de uma terra imaculada, era necessário que o homem perfeito nascesse de uma Virgem igualmente imaculada, para que o Filho de Deus, que antes formara o homem, reparasse a vida eterna que os homens tinham perdido" (Cartas dos Padres de Acaia).

A doutrina da Imaculada Conceição era, pois, conhecida no primeiro século e por todos admitida. A esse respeito, nenhuma contradição se levantou na primitiva Igreja.

No século segundo, os escritos dos Santos Padres falam da Imaculada Conceição como um fato indiscutível. Entre os escritores e oradores deste século, contamos: S. Jusitino, apologista e mártir; Tertuliano e Santo Irineu.

No terceiro século, existem também textos claros em defesa da Imaculada Conceição. mas em menor quantidade.

Santo Hipólito, bispo de Porto e mártir, escreveu em 220: "O Cristo foi concebido e tomou o seu crescimento de Maria, a Mãe de Deus toda pura". Mais além ele diz: "Como o Salvador do mundo tinha decretado salvar o gênero humano, nasceu da Imaculada Virgem Maria".

Orígenes, que viveu em 226 e pareceu resumir a doutrina e as tradições de sua época, escreveu: "Maria, a Virgem-Mãe do Filho único de Deus, é proclamada a digna Mãe deste digno Filho, a Mãe Imaculada do Santo e Imaculado, sendo ela única, como único é o seu próprio Filho."

Em um dos seus sermões sobre S. José, Orígenes faz o mensageiro celeste dizer ao santo: "Este menino não precisa de Pai na terra, porque tem um pai incorruptível no céu; não precisa de Mãe no Céu, porque tem uma Mãe Imaculada e casta na terra, a Virgem Bem-aventurada, Maria".

No século quarto, aparecem inúmeros escritos sobre a Imaculada Conceição, cada vez mais explícitos e em maior número. Temos diante de nós as figuras incomparáveis de Santo Atanásio, de Santo Efrem, de S. Basílio Magno, de Santo Epifânio, e muitos outros, que constituem a plêiade gloriosa dos grandes Apóstolos do culto da Virgem Santíssima e, de modo particular, de sua Imaculada Conceição.

Um trecho de Lutero, para mostrar que nem ele se atreveu a contestar a Imaculada Conceição: "Era justo e conveniente, diz ele, fosse a pessoa de Maria preservada do pecado original, visto o filho de Deus tomar dela a carne que devia vencer todo pecado". (Lut. in postil. maj.).

Para terminar, transcreveremos um pequeno soneto.

Em 1823, dois sacerdotes dominicanos, Pes. Bassiti e Pignataro, estavam exorcizando um menino possesso, de 12 anos de idade, analfabeto. Para humilhar o demônio, obrigaram-no, em nome de Deus, a demonstrar a veracidade da Imaculada Conceição de Maria. Para surpresa dos sacerdotes, pela boca do menino possesso, o demônio compôs o seguinte soneto:

"Sou verdadeira mãe de um Deus que é filho,
E sou sua filha, ainda ao ser-lhe mãe;
Ele de eterno existe e é meu filho,
E eu nasci no tempo e sou sua mãe.

Ele é meu Criador e é meu filho,
E eu sou sua criatura e sua mãe;
Foi divinal prodígio ser meu filho
Um Deus eterno e ter a mim por mãe.

O ser da mãe é quase o ser do filho,
Visto que o filho deu o ser à mãe
E foi a mãe que deu o ser ao filho;

Se, pois, do filho teve o ser a mãe,
Ou há de se dizer manchado o filho
Ou se dirá Imaculada a mãe.

Conta-se que o Papa Pio IX chorou, ao ler esse soneto que contém um profundíssimo argumento de razão em favor da Imaculada.

Nossa Senhora foi a restauradora da ordem perdida por meio de Eva. Eva nos trouxe a morte, Maria nos dá a vida. O que Eva perdeu por orgulho, Nossa Senhora ganhou por humildade.

O Dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX, cercado de 53 cardeais, de 43 arcebispos, de 100 bispos e mais de 50.000 romeiros vindos de todas as partes do mundo, no dia 8 de dezembro de 1854.

Passados apenas 3 anos dessa solene proclamação, em 11 de agosto de 1858, Nossa Senhora dignou-se aparecer milagrosamente quinze dias seguidos, perto da pequena cidade de Lourdes, na França, a uma pobre menina, de 13 anos de idade, chamada Bernadete.

No dia 25 de março, Bernadete suplicou que Nossa Senhora lhe revelasse seu nome. Após três pedidos seguidos, Nossa Senhora lhe respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição".

Eis a chave de ouro que encerra a tradição ininterrupta dos Apóstolos

Papa Benedetto XVI Angelus Immacolata 8/12/2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Gravação da aula ao vivo: "PL122 - A lei da mordaça gay"


Assessor de imprensa da CNBB sobre o PLC122: nada que aplaudir, nada que repudiar


BRASILIA, 07 Dez. 11 / 06:23 pm (ACI/EWTN Noticias)

A assessoria de imprensa da CNBB negou que houve um acordo entre a senadora Marta Suplicy e os bispos da CNBB que teria resultado na inserção do Artigo 3º do substitutivo do PLC 122 que não criminalizaria “a manifestação pacífica de pensamento decorrente da fé e da moral fundada na liberdade de consciência, de crença e de religião”.

Em diálogo telefônico com a ACI Digital, Pe. Rafael Vieira, assessor de imprensa da entidade explicou que a senadora não teve a intenção de ir à sede da CNBB para fazer acordos e que os bispos na ocasião não encontraram no texto “nada que aplaudir, nem nada que repudiar”.

“A informação que temos é: a senadora fez uma visita à sede da conferência dos bispos, apresentou o seu texto substitutivo do Projeto de lei e os bispos não encontraram no texto dela nada que fosse merecedor de registro”.

Assim o que foi visto nos meios “não corresponde à realidade no sentido que não foi acordo entre a senadora e a CNBB”.

Isto nega o foi dito pela própria senadora Suplicy e recolhido em nota divulgada ontem pelo jornal O Globo:

“Eu disse para o Crivella: fizemos um acordo com a CNBB e vocês vão ficar do lado do Bolsonaro? – contou Marta, em referência ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhecido por sua oposição às propostas de interesse à comunidade LGBT”.

A bancada evangélica liderada pelos senadores Magno Malta e Marcelo Crivella se opôs à lei mesmo depois da reformulação do texto.

Segundo o sacerdote, “ela (Suplicy) apresentou o texto dela e os bispos não acresceram, não diminuíram e não fizeram nenhum tipo de declaração”.

"Consideramos uma inverdade que houve um acordo ou um acréscimo ao texto que teria vindo da CNBB(...) A senadora não veio aqui com intenções de fazer acordo algum”, reiterou Pe. Rafael.

A assessoria de imprensa se comprometeu a entrar em contato a presidência para receber um posicionamento oficial sobre o assunto.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011