sexta-feira, 28 de agosto de 2009

VIDA DE SANTO AGOSTINHO (354 - 430)

Olá, paz e fogo!
Hoje é o dia de Santo Agostinho, patrono e intercessor do blog.
Segue um texto do nosso amado Papa Bento XVI, em uma de suas meditações sobre os Santos Padres da Igreja. Neste ele fala de Aurélio Agostinho, Bispo de Hipona.
É um pouco longo mas vale a pena ler e meditar.
Toda a história da vida deste grande defensor da Fé Católica, Santo Agostinho. Narrado pelo Papa Bento XVI.


PAPA BENTO XVI

AUDIÊNCIA GERAL

Sala Paulo VI Quarta-feira, 9 de Janeiro de 2008

Santo Agostinho de Hipona (1)

Queridos irmãos e irmãs!

Depois das grandes festas de Natal, gostaria de voltar às meditações sobre os Padres da Igreja e falar hoje do maior Padre da Igreja latina, Santo Agostinho: homem de paixão e de fé, de grande inteligência e incansável solicitude pastoral, este grande santo e doutor da Igreja é muito conhecido, pelo menos de fama, também por quem ignora o cristianismo ou não tem familiaridade com ele, porque deixou uma marca muito profunda na vida cultural do Ocidente e de todo o mundo. Pelo seu singular relevo, Santo Agostinho teve uma influência vastíssima, e poder-se-ia afirmar, por um lado, que todas as estradas da literatura latina cristã levam a Hipona (hoje Annaba, à beira-mar da Argélia), o lugar onde era Bispo e, por outro, que desta cidade da África romana, da qual Agostinho foi Bispo de 395 até à morte em 430, se ramificam muitas outras estradas do cristianismo sucessivo e da própria cultura ocidental.
Raramente uma civilização encontrou um espírito tão grande, que soubesse acolher os seus valores e exaltar a sua intrínseca riqueza, inventando ideias e formas das quais se alimentariam as gerações vindouras, como ressaltou também Paulo VI: "Pode-se dizer que todo o pensamento da antiguidade conflui na sua obra e dela derivam correntes de pensamento que permeiam toda a tradição doutrinal dos séculos sucessivos" (AAS 62, 1970, p. 426). Além disso, Agostinho é o Padre da Igreja que deixou o maior número de obras. O seu biógrafo Possídio diz: parecia impossível que um homem pudesse escrever tantas coisas durante a vida. Falaremos destas diversas obras num próximo encontro. Hoje a nossa atenção concentra-se sobre a sua vida, que se reconstrói bem pelos escritos, e em particular pelas Confessiones, a extraordinária autobiografia espiritual, escrita em louvor a Deus, que é a sua obra mais famosa. E são precisamente as Confessiones agostinianas, com a sua atenção à interioridade e à psicologia, que constituem um modelo único na literatura ocidental, e não só, também não religiosa, até à modernidade. Esta atenção à vida espiritual, ao mistério do eu, ao mistério do Deus que se esconde no eu, é uma coisa extraordinária sem precedentes e permanece para sempre, por assim dizer, um "vértice" espiritual. Mas, falando da sua vida, Agostinho nasceu em Tagaste na Província de Numídia, na África romana a 13 de Novembro de 354, filho de Patrício, um pagão que depois se tornou catecúmeno, e de Mónica, cristã fervorosa. Esta mulher apaixonada, venerada como santa, exerceu sobre o filho uma grandíssima influência e educou-o na fé cristã. Agostinho recebeu também o sal, como sinal de acolhimento no catecumenato. E permaneceu sempre fascinado pela figura de Jesus Cristo; aliás, ele diz que amou sempre Jesus, mas que se afastou cada vez mais da fé eclesial, da prática eclesial, como acontece hoje com muitos jovens.
Agostinho tinha também um irmão, Navígio, e uma irmã, da qual não sabemos o nome e que, tendo ficado viúva, chefiou depois um mosteiro feminino. O jovem, de inteligência aguda, recebeu uma boa educação, mesmo se nem sempre foi um estudante exemplar. Contudo ele estudou bem a gramática, primeiro na sua cidade natal, depois em Madaura, e a partir de 370 rectórica em Cartago, capital da África romana: dominava perfeitamente a língua latina, mas não conseguiu dominar do mesmo modo o grego nem aprendeu o púnico, falado pelos seus conterrâneos. Precisamente em Cartago Agostinho leu pela primeira vez o Hortensius, um escrito de Cícero que depois se perdeu, o qual está na base do seu caminho rumo à conversão. De facto, o texto de Cícero despertou nele o amor pela sabedoria, como escreverá, já Bispo, nas Confessiones: "Aquele livro mudou verdadeiramente o meu modo de sentir", a ponto que "de repente perdeu valor qualquer esperança vã e desejava com um incrível fervor do coração a imortalidade da sabedoria" (III, 4, 7).
Mas estando convencido de que sem Jesus não se pode dizer que se encontrou efectivamente a verdade, e dado que neste livro apaixonante lhe faltava aquele nome, logo após tê-lo lido começou a ler a Escritura, a Bíblia. Mas ficou desiludido. Não só porque o estilo latino da tradução da Sagrada Escritura era insuficiente, mas também porque o próprio conteúdo lhe pareceu insatisfatório. Nas narrações da Escritura sobre guerras e outras vicissitudes humanas não encontrava a altura da filosofia, o esplendor de busca da verdade que lhe é próprio. Contudo, não queria viver sem Deus e assim procurava uma religião que correspondesse ao seu desejo de verdade e também ao seu desejo de se aproximar de Jesus. Caiu assim na rede dos maniqueus, que se apresentavam como cristãos e prometiam uma religião totalmente racional. Afirmavam que o mundo está dividido em dois princípios: o bem e o mal. E assim se explicaria toda a complexidade da história humana. Agostinho apreciava também a moral dualista, porque implicava uma moral muito alta para os eleitos: e para quem, como ele, a ela aderia, era possível uma vida muito mais adequada à situação do tempo, sobretudo para um homem jovem. Portanto, tornou-se maniqueu, convencido naquele momento de ter encontrado a síntese entre racionalidade, busca da verdade e amor a Jesus Cristo. E teve também uma vantagem concreta para a sua vida: de facto, a adesão aos maniqueus abria perspectivas fáceis para fazer carreira. Aderir àquela religião que contava muitas personalidades influentes permitia-lhe prosseguir a relação estabelecida com uma mulher e continuar a sua carreira. Desta mulher teve um filho, Adeodato, por ele muito querido, muito inteligente, que estará depois presente na preparação para o baptismo junto do lago de Como, participando naqueles "Diálogos" que Santo Agostinho nos transmitiu. Infelizmente o jovem faleceu prematuramente. Professor de gramática aos vinte anos na sua cidade natal, regressou cedo a Cartago, onde foi um brilhante e celebrado mestre de rectórica. Todavia, com o tempo, Agostinho começou a afastar-se da fé dos maniqueus, que o desiludiram precisamente sob o ponto de vista intelectual porque não esclareceram as suas dúvidas, e transferiu-se para Roma, e depois para Milão, onde na época residia a corte imperial e onde obtivera um lugar de prestígio graças ao interesse e às recomendações do prefeito de Roma, o pagão Símaco, hostil ao Bispo de Milão, Santo Ambrósio.
Em Milão Agostinho adquiriu o costume de ouvir inicialmente para enriquecer a sua bagagem rectórica as lindíssimas pregações do Bispo Ambrósio, que tinha sido representante do imperador para a Itália setentrional, e pela palavra do grande prelado milanês o rectórico africano sentiu-se fascinado; e não só pela sua rectórica, sobretudo o conteúdo atingiu cada vez mais o seu coração. O grande problema do Antigo Testamento, da falta de beleza rectórica, de elevação filosófica resolveu-se, nas pregações de santo Ambrósio, graças à interpretação tipológica do Antigo Testamento: Agostinho compreendeu que todo o Antigo Testamento é um caminho rumo a Jesus Cristo. Encontrou assim a chave para compreender a beleza, a profundidade também filosófica do Antigo Testamento e percebeu toda a unidade do mistério de Cristo na história e também a síntese entre filosofia, racionalidade e fé no Logos, em Cristo Verbo eterno que se fez carne.
Em breve tempo Agostinho deu-se conta de que a literatura alegórica da Escritura e a filosofia neoplatónica praticadas pelo Bispo de Milão lhe permitiam resolver as dificuldades intelectuais que, quando era jovem, na sua primeira abordagem aos textos bíblicos, lhe pareciam insuperáveis.
À dos escritos dos filósofos Agostinho fez seguir-se a leitura renovada da Escritura e sobretudo das Cartas paulinas. A conversão ao cristianismo, a 15 de Agosto de 386, colocou-se no ápice de um longo e atormentado percurso interior, do qual falaremos noutra catequese, e o africano transferiu-se para o campo a norte de Milão, nas proximidades do lago de Como com a mãe Mónica, o filho Adeodato e um pequeno grupo de amigos a fim de se preparar para o baptismo. Assim, aos trinta e dois anos, Agostinho foi baptizado por Ambrósio a 24 de Abril de 387, durante a vigília pascal, na Catedral de Milão.
Depois do baptismo, Agostinho decidiu regressar à África com os amigos, com a ideia de praticar uma vida comum, de tipo monástico, ao serviço de Deus. Mas em Óstia, à espera de partir, a mãe improvisamente adoeceu e pouco mais tarde faleceu, dilacerando o coração do filho. Regressando finalmente à pátria, o convertido estabeleceu-se em Hipona para ali fundar um mosteiro. Nesta cidade da beira-mar africana, apesar das suas resistências, foi ordenado presbítero em 391 e iniciou com alguns companheiros a vida monástica na qual pensava há tempos, dividindo os seus dias entre a oração, o estudo e a pregação. Ele desejava estar só ao serviço da verdade, não se sentia chamado à vida pastoral, mas depois compreendeu que a chamada de Deus era para ser pastor entre os outros, e oferecer assim o dom da verdade aos demais. Em Hipona, quatro anos mais tarde, em 395, foi consagrado Bispo. Continuando a aprofundar o estudo das Escrituras e dos textos da tradição cristã, Agostinho foi um Bispo exemplar no seu incansável compromisso pastoral: pregava várias vezes por semana aos seus fiéis, apoiava os pobres e os órfãos, cuidava da formação do clero e da organização de mosteiros femininos e masculinos. Em pouco tempo o antigo rectórico afirmou-se como um dos representantes mais importantes do cristianismo daquele tempo: muito activo no governo da sua diocese com notáveis influências também civis nos mais de 35 anos de episcopado, o Bispo de Hipona exerceu grande influência na guia da Igreja católica da África romana e mais em geral no cristianismo do seu tempo, enfrentando tendências religiosas e heresias tenazes e desagregadoras como o maniqueísmo, o donatismo e o pelagianismo, que punham em perigo a fé cristã no Deus único e rico em misericórdia.
E a Deus se confiou Agostinho todos os dias, até ao extremo da sua vida: atingido por febre, quando havia três meses que Hipona estava assediada pelos vândalos invasores, o Bispo narra o amigo Possídio na Vita Augustini pediu para transcrever em letras grandes os salmos penitenciais "e fez pregar as folhas na parede, de modo que estando de cama durante a sua doença os podia ver e ler, e chorava ininterruptamente lágrimas quentes" (31, 2). Transcorreram assim os últimos dias da vida de Agostinho, que faleceu a 28 de Agosto de 430, quando ainda não tinha completado 76 anos. Dedicaremos os próximos encontros às suas obras, à sua mensagem e à sua vicissitude interior.

Papa Bento XVI
Santo Agostinho, rogai por nós!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ESPIRITUALIDADE MARIANA


Por Padre Gilmar

A razão para falar de espiritualidade Mariana decorre de sua relação com Cristo, visto que a salvação consiste na comunhão com Deus Trino (Pai, Filho e Espírito Santo), comunhão que nos é concedida através do encontro existencial com Jesus Cristo: “quem me vê, vê o Pai” (João 14,9). Contudo a mãe de Jesus constitui uma referência única: ela está unida a Cristo, não só no plano biológico, mas espiritual e existencial. Assim, quem se aproxima de Maria, também se encontra numa relação estreita com Cristo e se coloca no seu seguimento.

O termo “espiritualidade” do ponto de vista cristão é a consciência do espírito humano com o Deus revelado na Bíblia. Nesse caso, por espiritualidade Mariana se entende o modo de viver a fé e praticar a Palavra de Deus como Maria, de acordo com a descrição do Novo Testamento. Maria faz parte do Evangelho. É apresentada como aquela que ouviu a palavra de Deus, como a serva que disse “Sim” , como a “cheia de graça” , como modelo original da fé para quem quer se entregar a Deus. Por ter pronunciado o “SIM” foi capaz de se tornar a mãe do Senhor. Aqui está colocada a base de sua função na história da Salvação. Maria é louvada em razão de sua fé (Lucas 1,45). A fé está no início da sua vocação e marcará a sua vida inteira: quando o filho aos doze anos começa a seguir seu próprio caminho, quando em Caná da Galiléia ela fica na retaguarda e até no calvário, quando aguarda a ressurreição. Os Evangelhos mostram Maria fazendo a “peregrinação de fé”. Por isso, ela é modelo das comunidades que crêem.

Maria está sempre a nos dizer: fazei tudo o que Ele vos disser (João 2,5). É para esse objetivo que a espiritualidade Mariana, nas suas multiformes devoções, deve orientar. Neste mês de Outubro, a devoção Mariana é mais acentuada, sobretudo pela celebração do dia de Nossa Senhora Aparecida e pelo Círio de Nazaré em Belém do Pará, entre outras comemorações. Faz bem recordar que nem toda devoção Mariana identifica-se com a espiritualidade; não basta reavivar a devoção para despertar a espiritualidade Mariana. Em primeiro lugar, a espiritualidade Mariana não se refere a peregrinações, imagens, etc., mas em estabelecer a relação com Deus. Por isso, a verdadeira espiritualidade Mariana não consiste tanto em rezar a Maria, mas rezar como Maria.

Padre Gilmar Antonio Fernandes Margotto
Paróquia Senhor Bom Jesus
Votuporanga - SP
http://www.bomjesusvotuporanga.com.br/

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dogmas Marianos - A MATERNIDADE DIVINA (Theotokos)


Pesquisado e compilado por Celito Garcia

O que é dogma?

Dogma, por definição, é algo que não admite contestação. O termo “dogma” provém da língua grega, “dogma”, que significa “opinião” e “decisão”. Para a Igreja, é uma verdade teológica. Deve ser entendido sob a luz da fé e não da razão.

Os dogmas marianos foram conquistas históricas e teológicas do cristianismo. Fazem parte do patrimônio e da doutrina da Igreja. Brotaram do senso sobrenatural dos fiéis e foram formulados pela Igreja.

Os dogmas solenemente proclamados pela Igreja sobre Nossa Senhora foram quatro. Vamos estudar um pouco sobre cada um deles no blog.

A MATERNIDADE DIVINA - Maria verdadeira mãe de Deus (Theotokos)

O dogma da Maternidade Divina se refere a que a Virgem Maria é verdadeira Mãe de Deus. Foi solenemente definido pelo Concílio de Éfeso (431 d.C.). Algum tempo depois, foi proclamado por outros Concílios universais, o de Calcedonia e os de Constantinopla.

O Concílio de Éfeso, do ano 431, sendo Papa São Clementino I (422-432) definiu:
"Se alguém não confessar que o Emanuel (Cristo) é verdadeiramente Deus, e que portanto, a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, porque pariu segundo a carne ao Verbo de Deus feito carne, seja anátema."

O Concílio Vaticano II faz referência ao dogma da seguinte maneira: "Desde os tempos mais remotos, a Bem-Aventurada Virgem é honrrada com o título de Mãe de Deus, a cujo amparo os fiéis acodem com suas súplicas em todos os seus perigos e necessidades". (Constituição Dogmática Lumen Gentium, 66).

O novo Catecismo da Igreja Católica:
“Denominada nos Evangelhos "a Mãe de Jesus" (João 2,1;19,25), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como "a Mãe de meu Senhor" (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos).”(CIC 495).

A tradição da Igreja Católica: (atenção nas datas)
"Filho de Deus pelo desejo e poder de Deus, nasceu verdadeiramente de uma Virgem" (S. Inácio de Antioquia, "Carta aos Magnésios", 110 dC).

"Apesar de permanecer virgem enquanto carregava um filho em seu ventre, a serva e obra da sabedoria divina tornou-se a Mãe de Deus" (Efraim o Sírio, "Canções de Louvor 1,20", 351 aD).

"Se alguém disser que a Santa Maria não é a Mãe de Deus, ele está em divergência com Deus. Se alguém declarar que Cristo passou pela Virgem como se passasse por um canal, e que não se desenvolveu divina e humanamente nela - divina porque não houve a participação de um homem, e humanamente segundo a lei da gestação - tal pessoa é também herege" (S. Gregório de Nanzianzo, "Carta ao Sacerdote Cledônio", 382 dC).

Principais reformadores protestantes:
“Esta é a consolação e a transbordante bondade de Deus, que Maria seja sua verdadeira mãe, Cristo seu irmão, Deus seu Pai… Se acreditares assim, então estás de verdade no seio da Virgem Maria e és seu querido filho”.
(Lutero, Kirchenpostille, ed. Weimar, 10.1, p. 546.)

“Por isso em uma palavra compendia-se toda a sua honra: quando se a chama mãe de Deus, ninguém pode dizer dela maior louvor. E é preciso meditar em nosso coração o que significa ser mãe de Deus”.
(Lutero, Comentário ao Magnificat, de 1521, [FiM95], pg.1121.Sermão, 1522:WA 7,572)

"Não se pode negar que Deus escolheu e destinou Maria para ser a Mãe de Seu Filho, garantindo-lhe a mais alta honra. Isabel chama Maria de "Mãe do Senhor" porque a unidade da pessoa nas duas naturezas de Cristo era tal que ela poderia ter dito que o homem mortal gerado no ventre de Maria era, ao mesmo tempo, o Deus eterno"
(João Calvino, citado em "Corpus Reformatorum" v.45, p.348).

A Biblia:
“Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco.” (Is 7,14)

“Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?” (Lc 1,43)

“Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher”... (Gl 4,4).


Celito Garcia
RCC - Votuporanga - SP

terça-feira, 18 de agosto de 2009

RENOVAÇÃO DEPOIS DA PERSEGUIÇÃO


Por Celito Garcia

“Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte”. (1Cor 12,10)

Fiz 28 anos dia 6 de agosto (ainda tem tempo de dar presentes) e no dia 14 numa sexta-feira reuni com alguns amigos e fizemos uma confraternização agradecendo a Deus por mais um ano de vida. Teve até roda de samba católica. Louvamos a Deus no ritmo do samba.

Como sempre nas festas em que se comemora aniversário, os irmãos se reúnem para orar pelo aniversariante que dessa vez era eu.

Sempre quando escrevo algo aqui em meu blog ou é formação ou alguma experiência que tive com o Senhor. E dessa vez não vai ser diferente.

Enquanto os irmãos oravam por mim – e oravam com muito fervor – Deus falava comigo.

Quando assumimos nosso chamado na Igreja, temos que tomar conhecimento que iremos “pagar um preço” quando estamos dispostos realmente em fazer a vontade de Deus. E eu resolvi “pagar o preço”. E por isso sofremos muitas perseguições. Jesus já nos havia alertado sobre isso: “Lembrai-vos da palavra que vos disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir”. (Jo 15,20).

Ainda recebendo a oração, Deus me fazia lembrar todas as perseguições que por amor ao evangelho eu vinha sofrendo. Então me lembrei do Apóstolo Paulo. Quanta perseguição, quanta luta, quanto sofrimento. Mas também quanta alegria em meio aos sofrimentos. Foi quando discerni tudo o que Deus estava me dizendo. Entendi o motivo que fazia Paulo se alegrar nos sofrimentos. Paulo tinha a comunidade que orava por ele, e sempre que Paulo voltava de suas missões – onde sofria muito – ele tinha uma comunidade onde recuperava suas forças.

Quando abri os olhos e olhei para meus amigos e irmãos de fé que oravam por mim, entendi que é com eles que Deus restituirá minhas forças sempre que eu precisar. É na comunidade.

Paulo quando escreveu sua carta aos filipenses estava preso e corria risco de morte, além de estar longe de seus irmãos e amigos de comunidade. Paulo em vários momentos da carta fala de morte: “Meu ardente desejo e minha esperança são que em nada serei confundido, mas que, hoje como sempre, Cristo será glorificado no meu corpo (tenho toda a certeza disto), quer pela minha vida quer pela minha morte”. (Fl 1,20).

O interessante é que Paulo na mesma carta enfatiza a alegria (Fl 1,3), a ação de graças (Fl 4,6) e ainda exorta a não criticar e nem reclamar de nada (Fl 2,14). Para que seja completada sua alegria ele pede:

“Se me é possível, pois, alguma consolação em Cristo, algum caridoso estímulo, alguma comunhão no Espírito, alguma ternura e compaixão, completai a minha alegria, permanecendo unidos. Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos”. (Fl 2,1-2).

Para Paulo é um privilégio sofrer pelo evangelho, e ele sofria com alegria. Paulo “pagou o preço”.

Não somente o apostolo se fortalecia e se alegrava em reencontrar a comunidade. Imagine como era quando Paulo depois de preso, de sofrer, chegava à comunidade.

“Assim, minha volta para junto de vós vos dará um novo motivo de alegria em Cristo Jesus”. (Fl 1,26).

Quando Paulo chegava os cristãos pulavam de alegria, e se motivavam mais ainda em evangelizar.

Não importa se estamos sendo perseguidos, caluniados, se sofremos. Nossa alegria depende de nossa relação com Deus. Se nossa relação estiver interrompida de alguma forma então não conseguiremos nos alegrar na perseguição.

É importante que em nossa relação com Deus não exista brecha, nada que pode ferir nossa intimidade deve estar entre nós e Deus.

Não importa quem nos persegue, se são da nossa família ou não, se são do mundo ou da igreja – que fere mais – o importante é que depois de toda perseguição Deus recupera nossas forças na comunidade.

Você pode estar passando por calúnias, Deus conhece seu coração. Alguém pode estar te difamando para as outras pessoas, Deus conhece seu coração. Seu líder pode não dar valor em seus projetos, Deus conhece seu coração e lhe dá valor. Seu padre pode não te levar a sério, Deus conhece seu coração e te leva muito a sério. Só Deus conhece realmente seu coração, por isso somente ele pode cuidar de você.

É na comunidade que Deus vai curar seu coração. Não pense que ficando em casa, remoendo toda calúnia, buscando um jeito de se vingar e se defender, vai lhe trazer forças. Pelo contrário, você só vai se ferir mais, e a mágoa será crescente dia após dia. Nunca se afaste da comunidade. Já diz um ditado popular: Quem não deve não teme.

Hoje com muita alegria faço parte da Paróquia Santa Luzia, coordeno um Grupo de Oração da RCC. É neste grupo – irmãos – que recupero minhas forças, que desabafo, que oro. Sinto um grande reconhecimento do Padre Silvio nos trabalhos realizados na comunidade, que me faz sentir muito mais vontade de servir a Deus no meu grupo, em minhas pregações, no movimento que Deus me chamou a ser na Igreja.

A Igreja nos envia em missão – temos o sacramento do batismo e da crisma – a Igreja cuidará das feridas que provavelmente receberemos anunciando Jesus para o mundo.

Vamos ser perseguidos, caluniados, difamados, mas como São Paulo retornando a comunidade seremos fortalecidos... Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte. Pois é na nossa fraqueza que Deus revela em nós sua grandeza.

Temos que ter consciência se nossa perseguição se dá porque estamos servindo a Deus e com frutos, e isso incomoda. Agora, se estamos sendo perseguidos por nosso erro ou desobediência, não adianta de nada nossa defesa, e sim aceitar a correção e nos converter.

Unidade e perdão são fundamentais para que o nosso relacionamento com Deus e com os irmãos nunca seja ferido, mesmo que na perseguição.

Estamos sendo perseguidos? Repito: É na comunidade que Deus recompõe nossas forças. Aleluia!

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?
Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Rm 8,35.39)


Celito Garcia
RCC – Votuporanga - SP

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

EDIR MACEDO ACUSADO DE LAVAGEM DE DINHEIRO E FORMACAO DE QUADRILHA




Boa tarde, paz e fogo!

''Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições''. (1Tim 6,10)

Segue acima o vídeo apresentado pelo Jornal Nacional onde mais uma vez Edir Macedo é acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Tire suas proprias conclusões.

Não é novidade pra ninguem que a notícia de que Edir Macedo líder da Igreja Universal do Reino de Deus se enriqueceu com o dinheiro das ofertas e dos dízimos dados pelos seguidores de sua seita.

Não e preciso estudar muito pra ver que a IURD em seus cultos nao tem a pregação do Evangelho como prioridade. A prioridade nos cultos da IURD é a pregação exaustiva da prosperidade: ``Vende tudo o que você tem e põe na oferta, que Deus vai te dar em dobro'', ``100 mil reais você vai trazer aqui agora, tenha fe''.

Pra onde vai esse dinheiro? De onde vem toda a riqueza de Edir Macedo?

Prefiro acreditar na seriedade do Ministério Público e acreditar que as providências serão tomadas do que tirar minhas simples conclusões.

Para tirar simples conclusões – como a minha – basta ligar a TV, e veremos que a prioridade do lider da Record e da Igreja Universal do Reino de Deus é arrecadar o maximo possivel de dinheiro de seus fieis. Não estou supondo e sim afirmando. Basta Ligar a TV.

Bom, é melhor nao julga-mos Edir Macedo, mas eu gostaria muito que todo dinheiro que entrou na Rede Record e em seus bens patrimoniais milionários fosse explicado pelo líder protestante.

Por favor Edir Macedo, nao somos eu e o Ministério Público somente que gostariamos de uma explicação, e sim todo o povo que infelizmente te segue e sao enganados por suas pregações e campanhas que na minha simples opinião tem sido uma grande fonte de renda para o senhor e seus comparsas. De uma explicação ao Brasil por amor a Deus!

Edir Macedo é um home de Deus que obedece a Palavra de Deus, então ele vai ouvir a voz de Deus, e para que toda essa ''perseguição'' contra ele – tadinho – acabe, ele devia fazer aquilo que Jesus disse a um jovem muito rico:

''Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: "Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me''. (Mc 10,21)

Voce acha que ele seria capaz de se desfazer de sua fortuna por amor ao Reino de Deus? Parece ate piada ne?

São Paulo ja escreveu aos Efésios:

''Para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios enganadores''. (Ef 4,14)

Oremos irmãos pela conversão de Edir Macedo.

Celito Garcia
RCC - Votuporanga - SP

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

BLOCO OH GLÓRIA! - Jesus no carnaval, uma virada radical.



Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! (Fl 4,4)

Um bloco de carnaval católico? Com Trio-Elétrico? Abadá? Canequinha? É isso mesmo?

Sim, é isso mesmo!

Olhando pra um projeto nacional do Ministério Jovem da RCC desde o inicio do ano de 2008, onde jovens com muita ousadia faziam uma evangelização nas praias do Paraná – hoje por todo Brasil – com entusiasmo e alegria, eu e alguns irmãos sentimos uma grande atração por este projeto chamado JESUS NO LITORAL.

Deus já estava nos inspirando uma evangelização diferente, ousada, pra levar mais jovens a experimentar o amor de Deus e o fogo do Espírito Santo.

Depois de muitas reuniões, orações, adorações e até um dia todo de oração e jejum, eu estava ouvindo uma música do Walmir Alencar – onde está seu irmão? – e Deus me deu o nome do projeto: JOVEM JESUS TE AMA! Participe de um Grupo de Oração, que foi confirmado por todos da equipe.

Não é momento de falar exatamente sobre o projeto – estou preparando um material sobre ele – mas tem o objetivo de levar jovens a ter uma experiência pessoal com Jesus no Grupo de Oração, e depois de formados até serem servos. O bloco faz parte deste projeto.

O Bloco Oh Glória! era pra ser realizado no carnaval deste ano, mas devido alguns imprevistos e bloqueios não foi possível.

Votuporanga é uma cidade que tem um carnaval que é destaque em todo estado, e uma micareta que vem os maiores cantores de axé do Brasil. E sabemos muito bem – sem querer generalizar – o que acontece nesses carnavais. Muitos jovens começam a usar drogas, beber, se prostituir nesses eventos.

Porque não ter um bloco de carnaval cristão? Onde os jovens cristãos possam se divertir e testemunhar que vale a pena ser de Deus e que não é preciso de bebida alcoólica, ou drogas para ser feliz.

Serão 5 dias de carnaval. Do dia 12 ao dia 16 de fevereiro. Com Santa Missa diária, Adoração ao Santíssimo, Pregações, Shows de Evangelização, Louvor, Dança, Música, Tenda Eletrônica, Churrasco, e muito mais. Tudo feito como nos ensina a Mãe Igreja, e passado pela aprovação da coordenação regional e diocesana.

Um carnaval diferente, onde o objetivo e louvar a Deus e se alegrar, pois ele é o responsável pela nossa alegria!

Ohhhhhh Glóriaaaaaaaaaaa!!!

Aguardem irmãos! Em breve mais informações.

Bloco Oh Glória!
Jesus no carnaval, uma virada radical.

Celito Garcia
RCC – Votuporanga - SP