terça-feira, 29 de junho de 2010

"BATISMO NO ESPÍRITO SANTO" D. Paul Josef Cordes


Há várias abordagens possíveis para um entendimento da Renovação Carismática. Da perspectiva da história da salvação, fica evidente a ligação com a descida do Espírito Santo em Jerusalém no dia de Pentecostes, o que, quando interpretado à luz do chamado universal à santidade, explica perfeitamente as características essenciais da Renovação.


Para os que se abrem à Renovação, a nova vida em Cristo relaciona-se com a experiência espiritual chamada "batismo no Espírito Santo", "derramamento do Espírito" ou "manifestação do Espírito Santo". A expressão "batismo no Espírito Santo" (cf. Mc 1,8; At 1,5; 11,16) exige, claro, uma descrição mais exata. A expressão passou a descrever a experiência primordial com o Espírito Santo, na Renovação Carismática como um todo - exceto em regiões de língua francesa e italiana, nas quais "derramamento do Espírito" é mais comum.



A GRAÇA DE PENTECOSTES


O "batismo no Espírito Santo" é experiência concreta da "graça de Pentecostes" na qual a ação do Espírito Santo torna-se realidade experimentada na vida do indivíduo e da comunidade de fé.

A experiência do "batismo no Espírito Santo" é a "percepção" incontestável e às vezes avassaladora da amorosa proximidade de Deus proclamada na mensagem da Igreja e encontrada no ato individual de fé. É um limiar de vida espiritual que atravessamos, trazendo confiança no Pai e o desejo de estar aberto ao ensinamento do Espírito Santo. Aprofunda constantemente nossa fé, desse modo confirmando nosso conhecimento de "realidades que não se vêem" (Hb 11,1) e tornando possível a percepção da presença efetiva de Deus. Essa percepção experiencial revela Deus em Seu cuidado amoroso e paternal. Essa revelação de Deus atrai, abre novas categorias de pensamento, revela novos propósitos e desejos, esclarece a importância da Vontade divina, bem como da pecaminosidade humana e da necessidade de arrependimento. Essa experiência assemelha-se à de S. João da Cruz, quando ele afirma: "Não chegará à perfeita compreensão disso, penso eu, quem não o houver experimentado. Só a alma que o experimenta, vendo que lhe fica por entender aquilo que tão altamente sente, chama-lhe 'um não sei o quê'. E, se o não compreende, muito menos o sabe dizer, embora, como explicamos, bem o saiba sentir".


Com freqüência acompanhada do dom das línguas ("glossolalia") (cf. 1Cor 14), essa experiência é, às vezes, também acompanhada de lágrimas. É experiência que não exclui as emoções humanas na descoberta da bondade e da misericórdia divinas. É experiência espiritual de sede, que encontra satisfação na única fonte interior verdadeira, um rio imenso que jorra pacificamente no qual podemos submergir (cf. Jo 7,37s). Para muitos participantes da Renovação, esses e outros efeitos empíricos do dom do Espírito Santo podem ser especificamente datados. Ligam-se a um acontecimento experimentado como intervenção intelectual e emocionalmente localizada. O "derramamento do Espírito Santo", é introdução decisiva a uma renovada percepção e a um novo entendimento da presença e da ação de Deus na vida pessoal e no mundo. É, em suma, a redescoberta experiencial, na fé, de que Jesus é Senhor pelo poder do Espírito para a glória do Pai. Enraizado na graça batismal, o "batismo no Espírito" é essencialmente a experiência da renovada comunhão com as Pessoas divinas. É abertura e manifestação da vida trinitária nos que foram batizados.


Entretanto, com essa experiência, não estão em jogo apenas as emoções. O indivíduo é iluminado com nova luz de autocompreensão. A dimensão experiencial transcende a emocional, mesmo quando a faculdade emocional do indivíduo é profundamente afetada. É inquestionável que tal experiência tem lugar e sentido legítimos para a vida de fé do cristão. É possível que, dessa maneira, os elementos da fé objetivamente válidos e dados - em especial a eleição e o chamado à graça e sua confirmação no sacramento do batismo - tornem-se subjetivamente mais óbvios e compreensíveis.


A prece para o "derramamento do Espírito" é oração de entrega pessoal ao Senhor Jesus Cristo. Ocorre com mais freqüência no contexto das orações de intercessão dos participantes de uma comunidade de oração. Aqui, manifesta-se a dimensão de communio do Espírito de Deus. Em geral, ele escolhe o caminho de mediação pelos irmãos e irmãs na fé, isto é, pela comunidade de fé da Igreja. Não se isola da Igreja em sua concreta expressão de comunidade, mas sim une os fiéis nessa comunidade. Em comunhão fraterna e com confiança na bondade do Senhor inspirada pela experiência deles, os participantes da comunidade de fé ajudam o indivíduo a se entregar simples e profundamente à ação do Espírito Santo. Em geral essa oração é acompanhada pelo gesto de impor as mãos na cabeça ou no ombro da pessoa, o que expressa comunhão, proximidade fraterna e zelosa e encorajamento. A imposição das mãos não é rito sacramental, embora esse gesto esteja muitas vezes presente na celebração dos sacramentos. É, antes, gesto cotidiano que a tradição judeu-cristã sempre conheceu e praticou.

Devemos acrescentar que "batismo no Espírito" é um dom de Deus gratuito e imerecido e, em geral, fruto de uma decisão livre, um passo de conversão, um ato de confiar tudo a Cristo, o Senhor, de entregar nossa vida toda a Ele, para que Ele a transforme. É também a decisão de se entregar ao Espírito Santo, sem estabelecer limites para a livre ação divina, decisão de receber na fé a plenitude da graça divina. Para os fiéis, esse é apenas um meio de reviver a graça do batismo, que muitas vezes está, por assim dizer, inoperante dentro da alma, e permitir que ela produza todos os seus frutos potenciais. "Desde o momento de nosso batismo, a graça está oculta nas profundezas de nossa inteligência, sua presença escondida até da percepção interior; mas quando começamos a desejar Deus com todas as forças, então, em uma palavra inexprimível da percepção interior da mente, ela deixa a alma partilhar suas boas coisas". Com demasiada freqüência, indivíduos batizados não tiveram um encontro genuíno com o Senhor; "muitas vezes não se verificou a primeira evangelização" e ainda não há "adesão explícita e pessoal a Jesus Cristo" (CT 19). Portanto, como renovação da graça batismal em um encontro pessoal com o Senhor Jesus, o "batismo no Espírito" não substitui a necessidade de catequese, mas exige-a. Quando não ocorre nos elementos básicos da fé católica, é preciso proporcionar tal catequese. Naturalmente, uma continuação dessa catequese também é necessária. A decisão fundamental de confiar nossa vida na fé a Jesus Cristo torna indispensável também um crescente conhecimento concreto de Sua pessoa, Seus ensinamentos e Seus feitos salvadores; em outras palavras, conhecimento de Sua Palavra e dos ensinamentos de Sua Igreja, o que geralmente ocorre nos grupos de oração e nas comunidades da Renovação por intermédio de "Seminários da vida e do Espírito". Essa catequese para adultos prolonga-se, com freqüência, por várias semanas, com o objetivo não só de recordar os principais elementos da fé, mas também de inspirar uma dedicação mais pessoal ao Senhor Jesus e a expectativa de uma experiência pentecostal de Seu Espírito Santo.


É sempre difícil analisar a experiência religiosa, em especial porque ela varia bastante de pessoa para pessoa. É nos frutos de tal experiência que se torna evidente até que ponto a experiência religiosa contribui para uma verdadeira renovação da vida cristã. A tradição espiritual ensina que é comum os fiéis suportarem períodos - às vezes até prolongados - de secura e aridez interior, períodos aparentemente sem nenhuma experiência espiritual significativa. Essa aridez nem sempre deve ser interpretada como resultado de falta de abertura ao Espírito Santo. Os mestres espirituais ensinam que os fiéis podem glorificar a Deus pela fidelidade, em especial nas ocasiões em que parecem estar privados do conforto da presença divina.


Por fim, devemos reconhecer que essa profunda "percepção" do relacionamento pessoal com Jesus Cristo a que a Renovação chama "batismo no Espírito Santo" ou "derramamento do Espírito Santo" não faz parte de nenhum movimento em particular, mas da Igreja, que celebra os sacramentos da iniciação.



INTERPRETAÇÃO TEOLÓGICA


"Batismo no Espírito Santo" é expressão de uma realidade ainda não perfeitamente esclarecida. O que se segue é uma tentativa de contribuir para futuras reflexões em nosso esforço de entender a realidade do "batismo no Espírito Santo" à luz da teologia e da tradição viva da Igreja. Às vezes, ele pode parecer uma novidade de nossa época, mas há provas dessa experiência em toda a história da Igreja. Em todas as épocas da Igreja, há momentos iniciais na vida dos fiéis de um encontro vivo, uma percepção real, um sabor e um gozo de Deus.


1 - A Igreja afirma que, juntamente com a eucaristia, os sacramentos do batismo e da confirmação são os da iniciação à comunhão com Deus e à confraternidade do povo de Deus. Contudo, os teólogos fazem distinção entre o "banho do novo nascimento" (cf. Tt 3,5) e a concessão do Espírito Santo pela imposição das mãos (p.ex., At 19,1-7), demonstrada claramente pela erudição bíblica e patrística. Os dois aparecem na iniciação cristã, juntos ou separados, mas relacionados um com o outro.


2 - Em movimentos dentro e fora da Igreja, a expressão "batismo no Espírito Santo" é usada em muitos sentidos. Aqui mencionamos dois. Primeiro, um uso bastante amplo de "batismo no Espírito Santo" com respeito à experiência de receber os dons proféticos, em geral pela imposição das mãos em um contexto não-sacramental. Segundo, "batismo no Espírito Santo" é usado com respeito à experiência de receber o Espírito Santo com a vida de graça, juntamente com a recepção dos carismas, como parte integrante da iniciação cristã, ou como reapropriação ou inspiração mais tardia em um contexto não-sacramental do que já foi recebido na iniciação. Neste documento, entendemos "batismo no Espírito Santo" nesse segundo sentido, a menos que seja indicado o contrário.


3 - Falando-se apenas de uma experiência subjetiva certa, isto não é sacramento, embora possa acompanhar a verdadeira ação sacramental ou a reapropriação da iniciação. A experiência subjetiva, portanto, não pode, por si só, ser considerada necessária para se tornar cristão.


4 - Devido à estreita relação de "batismo no Espírito Santo", no segundo sentido, com a iniciação cristã, está claro que ele não faz parte de nenhum movimento dentro da Igreja, mas da própria Igreja.


5 - Embora mantendo a estreita relação de iniciação à recepção dos carismas, precisamos também dizer que os carismas nunca estão ligados aos sacramentos em sentido absoluto. Os carismas também não são "coisas". São o meio de o Espírito encontrar "visibilidade" no serviço da Igreja e no mundo. Por muitas razões, os carismas podem, em algum momento, estar inoperantes ou não plenamente operantes. A reapropriação de nosso batismo sacramental pode ser um momento dotado de graça quando os carismas se manifestam como realidade experimentada. Essa experiência que abrange o intelecto, a vontade e as emoções é diversas vezes acompanhada de uma experiência de Poder que se identifica espontaneamente com o poder do Espírito Santo. Esse Poder é percebido diretamente relacionado com a missão. Manifesta-se em fé corajosa, inspirada pelo amor, que nos torna capazes de empreender e realiar grandes coisas para o Reino de Deus. Outro resultado característico dessa percepção de Presença e Poder é a intensificação de uma vida de oração, na qual somos, em especial, atraídos à oração de louvor. Em geral, percebemos essa experiência renovadora como uma espécie de ressurreição que freqüentemente se expressa em alegria e entusiasmo mas, claro, não impede a experiência da cruz (cf. 2Cor 4,10). E, acima de tudo, deve ser mantida por um arrependimento constante (metanóia).


6 - Entendido corretamente, esse "derramamento do Espírito" não obscurece o fato de que o indivíduo que se aproxima de Deus aproxima-se de uma Pessoa objetiva. Quem busca é orientado para uma Realidade que não pode ser "entendida" pela experiência, nem pelas emoções ou pelo intelecto do indivíduo. Deus revelou-se Palavra e na história da salvação. O "eterno poder e a eterna divindade" de Deus tornam-se realmente "visíveis" e são, portanto, para todo indivíduo, verdade objetiva; Deus não pode ser reduzido àquilo que é experimentado subjetivamente. Toda realidade que a pessoa enfrenta transcende sua capacidade intelectual e emocional individual de compreensão. Somos muito mais limitados ao ser confrontados pelas infinitas Existência e Personalidade de Deus.


7 - Portanto, o apoio fundamental da "prova subjetiva" para o ato de fé, à medida que este ocorre no "batismo no Espírito Santo", não dispensa a necessidade do esforço para entender e aceitar o "conteúdo objetivo de fé" que é revelado.


No batismo de água, o indivíduo nasce para uma nova vida. É o sacramento que realiza e dá testemunho desse acontecimento de fé, mesmo quando esse início espiritual permanece oculto à percepção puramente humana. Por outro lado, a realidade espiritual torna-se tangível na dimensão empírica. O que é batizado entende, no fundo do coração, que Deus opera em sua vida, e seus companheiros cristãos vêem isso em seu comportamento. Desse modo é possível que a graça do batismo seja experimentada em carismas discerníveis que edificam "o corpo de Cristo" (Ef 4,12).


A tradição eclesial está ciente de expressões diversas que abrangem essa manifestação de realidade espiritual ou tentam pôr em palavras seus efeitos:


• "A sabedoria, que instrui, torna a pessoa sagaz e leva à perfeição" - Orígenes.


"A unção, que possibilita o conhecimento de toda realidade espiritual" - Dídimo, o cego.


"A sabedoria, que revela Cristo em toda a sua grandeza" - Basílio Magno.


"A fé, que não é só dogmática, mas realiza atos que excedem a capacidade humana" Clemente de Alexandria.


Embora pareçam abstratos, esse termos, que são apenas indicativos e poderiam facilmente ser multiplicados com os escritos dos Padres primitivos, pretendem abranger a própria mudança concreta na vida dos fiéis, que se realiza pela recepção de nova vida em Cristo.


8 - É o dom do Espírito que intervém na vida dos que vão ser batizados e produz essa mudança de vida. Sua descida sobre o indivíduo provoca a renovação da natureza espiritual e intelectual. Mais uma vez, expressões teológicas ajudam a entender melhor esse acontecimento. As expressões usadas nas Escrituras têm força especial e confiabilidade a esse respeito:


"Unção do Espírito Santo" (Is 61,1; Lc 4,18; At 10,38; 2Cor 1,21s; 1Jo 1,20-27).


"Derramamento do Espírito Santo" (Is 32,15; Ez 39,29; Zc 12,10; At 2,17; 10,45; Rm 5,5; Tt 3,5s).


"Batismo no Espírito Santo" (Is 1,16; 44,3s; Ez 36,25s; Mc 1,8; At 1,5; 11,16).


A Tradição da Igreja também mostra a importância dessa experiência espiritual para o conhecimento em busca de perfeição. Mostra-a como limiar de conversão, encontro compreensivo com o Senhor Jesus ou como toque delicado do Espírito Santo, que leva os fiéis a uma educabilidade ainda maior.


9 - É, por fim, a Igreja que dá aos fiéis que buscam a experiência espiritual liderança e orientação insubstituíveis; o indivíduo, bem como o grupo, falíveis em seu entendimento, encontram na Comunidade de Fé a interpretação fidedigna da Palavra de Deus e Sua instrução obrigatória. Só a Igreja garante as verdades da Fé, poia a ela foi feita a promessa do Senhor, de que Ele a manteria na verdade (cf. LG 12). Portanto, o indivíduo e a comunidade apostólica continuam dependentes da Igreja.


Texto retirado das páginas 23 a 32 (capítulo "A Experiência do Espírito Santo e seus Frutos"). As notas de rodapé foram suprimidas nesta amostra.


Fonte: http://agnusdei.50webs.com/livr20.htm

sexta-feira, 11 de junho de 2010

ÁGUA CAI EM FORMA DE TERÇO QUANDO CRIANÇA É BATIZADA

Fonte: “Água cai em forma de terço”.

Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.

Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão da vossa carne, chamou-vos novamente à vida em companhia com ele. É ele que nos perdoou todos os pecados, cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz.

Espoliou os principados e potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando deles pela cruz.

- Carta de São Paulo aos Colossenses, Capítulo II, versículos do 12 ao 15.


Extraído do Blog Deus lo Vult! www.deuslovult.org


quarta-feira, 9 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

O PRESERVATIVO NÃO PREVINE AS DOENÇAS EMOCIONAIS


Por Patrícia Assmann

Fala-se tanto no uso de preservativos para afastar as doenças sexualmente transmissíveis, bem como uma gravidez não desejada.

Mas nada se fala sobre as "doenças emocionais".

O sexo, feito dentro de um relacionamento ideal ou não, tem uma característica imutável: em qualquer das hipóteses, é uma entrega total de si.

Porque o corpo não é apenas corpo, mas um "veículo" para a alma.

E o prazer da alma não coincide com o prazer do corpo.

Satisfazer o corpo sem satisfazer a alma, é uma mutilação.

Acontece que o corpo não tem a força da alma no que diz respeito às nossas reações perante a vida, os relacionamentos, o aprendizado, a evolução.

Quando evoluímos, em qualquer aspecto, não é o corpo que evolui, mas sim a alma.

Um relacionamento sexual por mero prazer físico é, ao mesmo tempo, uma violência contra a alma.

Porque a alma, gerada em Deus e para Deus, busca apenas e tão somente situações que revelem amor.

Amor é algo bem mais complexo e consistente que o sexo, embora possa vir acompanhado dele na relação do casamento.

Jovens que iniciam suas atividades sexuais fora do matrimônio são infectados por um "vírus" que os preservativos não previnem: o vírus do vazio interior.

Relacionar-se sexualmente com alguém, por puro prazer pessoal, é escavar o corpo alheio atingindo profundamente sua alma.

E não há cura humana para essa dor.

E nenhum governo ou movimento baterá às portas das vítimas dessa agressão para oferecer-lhes ajuda emocional.
O que acontece com cada um, é problema de cada um.

Se você já viveu essa situação, lembre-se de que há um Deus que restaura TODAS as coisas.

Se você está prestes a viver, FUJA! Nenhum relacionamento vale mais que sua paz, sua pureza, sua integridade emocional e física, seu relacionamento com Deus.

Se você tem vivido a castidade, tenha coragem para incentivar outras pessoas. Cure as feridas de quem precisa de ajuda. E oriente aqueles que ainda não caíram.

Em todos os casos, Deus sempre estará junto a nós.

Fonte: castidadeliberdade.blogspot.com

quarta-feira, 2 de junho de 2010

HISTÓRIA DA FESTA DE CORPUS CHRISTI


No final do século XIII surgiu em Lieja, Bélgica, um Movimento Eucarístico cujo centro foi a Abadia de Cornillon fundada em 1124 pelo Bispo Albero de Lieja. Este movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como por exemplo, a exposição e bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação na Missa e a festa do Corpus Christi.


Santa Juliana de Mont Cornillon, priora da Abadia, foi escolhida, por Deus para criar esta Festa. A santa desde jovem teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento. Esperava que algum dia tivesse uma festa especial ao Sacramento da Eucaristia. Este desejo, conforme a tradição foi intensificado por uma visão que teve da Igreja sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significada a ausência dessa solenidade.


Juliana comunicou esta imagem a Dom Roberto de Thorete, bispo de Lieja, também ao douto Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos e Jacques Pantaleón, mais tarde o Papa Urbano IV. A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII.


Dom Roberto não viveu para ver a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte, na quinta-feira após à festa da Santíssima Trindade. Mais tarde um bispo alemão conheceu os costumes e o levou por toda atual Alemanha.


Certa vez, quando o padre Pedro de Praga, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.


O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou os fiéis caminhando na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.


Ainda hoje se conservam, em Orvieto, os corporais onde se apóia o cálice e a patena durante a Missa e também se pode ver a pedra do altar em Bolsena, manchada de sangue.



Instituição da Festa

O Santo Padre movido pelo prodígio, e pelo pedido de vários bispos, fez com que se estendesse a festa do Corpus Christi a toda a Igreja por meio da bula "Transiturus" de 8 setembro do mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira depois da oitava de Pentecostes.


O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu logo em seguida (2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto, prejudicando a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no Concílio Geral de Viena (1311) ordenou mais uma vez a adoção desta festa.


Em 1317 é promulgada uma recopilação de leis, por João XXII, e assim a festa é estendida a toda a Igreja. Na diocese de Colônia na Alemanha, a festa de Corpus Christi é celebrada antes de 1270.



Procissão
Na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230, quando começou as homenagens ao Santíssimo Sacramento a procissão eucarística acontecia só dentro da igreja. Em 1247, aconteceu a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica.


Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da celebração. Porém estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV.


Finalmente, o Concílio de Trento declara que muito piedosa e religiosamente foi introduzido na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, o santíssimo seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos.


Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidades



Tapetes, arte e religiosidade

Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo.


No dia dedicado ao Corpo de Deus (Corpus Christi), várias cidades brasileiras, organizam procissões, que percorrem as ruas enfeitadas com tapetes. A confecção de tapetes de rua é uma magnífica manifestação de arte popular


Utilizando diversos tipos de materiais, como serragem colorida, borra de café, farinha, areia e alguns pequenos acessórios, como tampinhas de garrafas, flores e folhas, as pessoas montam, com grande arte, um tapete pelas ruas, formando desenhos relacionados ao Santíssimo.


Por este tapete passa a procissão, o sacerdote vai á frente carregando o ostensório e em seguida pelas pessoas que participam da festa. Tudo isto tem muito sentido e deve ser preservado.


Texto: Reinaldo Cazumbá – Comunidade Canção Nova