segunda-feira, 20 de junho de 2011

Igreja: santa e pecadora?

Por: Padre Demétrio Gomes

A expressão “Igreja santa e pecadora” possui um indiscriminado uso por parte de muitos católicos – alguns até com uma suposta formação, como é o caso de sacerdotes e catequistas -, mormente nesta época onde se traz à tona os pecados de alguns eclesiásticos.

Por essas e outras, vale a pena recordar sua imprecisão…

[o texto é de Acidigital, e os grifos são meus]

O vaticanista Sandro Magister afirmou em um recente artigo que o termo “Igreja pecadora” nunca foi considerado certeiro pelo Papa Bento XVI, pois embora esta fórmula esteja de moda, é alheia à tradição cristã.

Magister se referiu ao artigo do L’Osservatore Romano sobre o encontro entre o Papa e os cardeais por seu quinto aniversário de eleição pontifícia, e no qual o jornal escreveu que “o Pontífice tem feito referência aos pecados da Igreja, recordando que ela, ferida e pecadora, experimenta mais o consolo de Deus”.

Entretanto, adverte Magister, “é duvidoso que Bento XVI tenha se expressado dessa maneira. A fórmula ‘Igreja pecadora’ nunca foi dele. E sempre a considerou equivocada”.

Como exemplo, citou a homilia da Epifania de 2008, onde “definiu a Igreja de um modo totalmente distinto: ‘Santa e composta por pecadores’”.

“E se examinarmos bem encontraremos que ele sempre a definiu desse modo. Ao final dos exercícios de Quaresma de 2007, Bento XVI agradeceu ao pregador – que esse ano havia sido o Cardeal Giacomo Biffi– ‘por haver-nos ajudado a amar mais a Igreja, a ‘immaculata ex-maculatis’, como nos ensinaste com (citando) São Ambrósio’”.

A expressão “immaculata ex-maculatis”, explica o vaticanista, “está em uma passagem do comentário de São Ambrósio ao Evangelho do Lucas” e significa “que a Igreja é Santa e sem mancha, mesmo quando acolhe nela homens manchados de pecado”.

Magister explicou que o Cardeal Biffi publicou em 1996 um ensaio dedicado a este tema e que continha no título “uma expressão mais ousada ainda, aplicada à Igreja: ‘Casta meretrix’, meretriz casta”; fórmula usada pelo “catolicismo progressista” para dizer “que a Igreja é Santa ‘mas também pecadora’ e deve sempre pedir perdão pelos ‘próprios’ pecados”; e que Hans Küng afirma que foi usada “freqüentemente desde a época patrística”.

“Freqüentemente? Pelo que sabemos, em todas as obras dos Padres, a fórmula só aparece uma vez: no comentário de são Ambrósio ao Evangelho do Lucas. Nenhum outro Padre latino ou grego jamais a usou, nem antes nem depois”, esclareceu Magister.

O vaticanista acrescentou que São Ambrósio aplicou este termo em relação à simbologia de Raabe, a prostituta de Jericó que “hospedou e salvou em sua própria casa a uns israelitas fugitivos”; e que já antes deste Padre da Igreja, tinha sido vista como “protótipo” da Igreja. “A fórmula ‘fora da Igreja não existe salvação’, nasceu precisamente do símbolo da casa salvadora de Raabe”, explicou Magister.

O Cardeal Biffi, indicou Magister, explicou que a expressão casta meretrix, “longe de aludir a algo pecaminoso e reprovável, quer indicar (…) a santidade da Igreja. Santidade que consiste tanto na adesão sem hesitações e sem incoerências a Cristo seu esposo (‘casta’) como na vontade da Igreja de alcançar a todos para levar a todos à salvação (‘meretrix’)”.

O vaticanista sublinhou que o fato de que “aos olhos do mundo a Igreja possa aparecer ela mesma manchada de pecados e golpeada pelo desprezo público, é uma sorte que remete à de seu fundador Jesus, que também foi considerado um pecador pelas potências terrenas de seu tempo”.

Entretanto, recordou que a Igreja é Santa por seu fundador e por isso pode acolher “os pecadores e sofrer com eles pelos males que padecem e curá-los”. “Em dias calamitosos como os atuais, cheios de acusações que querem invadir precisamente a santidade da Igreja, esta é uma verdade que não se deve esquecer”, afirmou.

Para evitar equívocos, sugiro que em nossa linguagem precisemos mais a nossa fé, afirmando que a Igreja é “Santa e composta de pecadores”.

Fonte: www.padredemetrio.com.br

OS PAPAS – ANO 235 a 309 dC


Santo Antero (235 – 236)
Começou a fazer um registro oficial de todas as obras da Igreja.
Esse documento foi guardado num lugar chamado “scrinium”.Infelizmente no tempo do imperador Diocleciano tal obra foi queimada. Santo Antero morreu martirizado.

São Fabiano (236 – 250)
Foi um excelente administrador. Dedicou-se à organização das dioceses de Roma. Dividiu a cidade em sete distritos.Foi martirizado.

São Cornélio (251 – 253)
Sua eleição ocorreu depois de muitas discuções. O sacerdote Novaciano se autoproclamou Papa. São Cornélio convocou um concílio que condenou Novaciano e o declarou antipapa.
São Cornélio foi exilado para Civitavecchia por não ter querido oferecer sacrifícios aos deuses. Faleceu no exílio.

São Lúcio I (253 – 254)
Lutou contra o laxismo do clero.

Santo Estévão I (254 – 257)
Era de família nobre de Roma. Teve desavenças com as Igrejas da África e da Ásia a respeito da supremacia da sede de Roma.
Foi martirizado nas perseguições do imperador Valeriano.

São Sisto II (257 – 258)
Nasceu am Atenas. Era um homem de grande cultura e doutrina. Trabalhou para que as relações com a Igreja de Cartago fossem reforçadas pacificamente.
Foi decapitado nas perseguições do Imperador Valeriano.

São Dionísio (259 – 268)
Foi eleito depois de um ano de sede vacante devido à perseguição do imperador Valeriano.
Resgatou muitos prisioneiros cristãos e reconstruiu várias igrejas destruídas.

São Félix I (269 – 274)
Lutou contra o maniqueismo, que negava a essência de Cristo e que só admitia dois princípios que regiam o mundo: o bem e o mal. Morreu mártir.

Santo Eutiquiano (275 – 283)
Ordenou que os mártires fossem objeto de grandes honras e que seus corpos fossem envolvidos em lençol branco e vestidos com uma túnica roxa denominada dalmática. Morreu martirizado.

São Caio (283 – 296)
Nasceu na Dalmácia e era sobrinho do imperador Diocleciano.
Morreu mártir por ordem do imperador Maximiniano.

São Marcelino (296-304)
Era natural de Roma. No seu pontificado as perseguições de Diocleciano adquiriram grande crueldade. Foi durante o seu pontificado que o Bispo de Roma passou a ser chamado de Papa (pai). Sofreu o martírio no dia de Natal de 304.

São Marcelo I (308 – 309)
Nasceu em Roma.
Foi eleito quatro anos depois de São Marcelino devido às terríveis condições em que viviam os cristãos com as perseguições. Estabeleceu que os concílios fossem convocados unicamente com prévia autorização do Papa.

terça-feira, 14 de junho de 2011

75 ANOS DA MORTE DE CHESTERTON (Oração para Beatificação)


Deus Nosso Pai,

Tu que enchestes a vida de teu Servo Gilbert Keith Chesterton com aquele sentido de assombro e alegria, e lhe destes aquela fé que foi o fundamento de seu incessante trabalho, aquela esperança que nascia de sua perene gratidão pelo dom da vida humana, aquela caridade para com todos os homens, particularmente em relação aos seus adversários; faz com que sua inocência e seu riso, sua constância em combater pela fé cristã em um mundo descrente, sua devoção de toda a vida pela Santíssima Virgem Maria e seu amor por todos os homens, especialmente pelos pobres, concedam alegria a aqueles que se encontram sem esperança, convicção e ardor aos crentes tíbios e o conhecimento de Deus àqueles que não tem fé.

Te rogamos que nos outorgue os favores que te pedimos por sua intercessão, de maneira que sua santidade possa ser reconhecida por todos e a Igreja possa proclamá-lo Beato.
Tudo isto te pedimos por Cristo Nosso Senhor.

Amém.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

CONGREGATIO PRO CLERICIS

Vaticano, 13 de maio de 2011
Nossa Senhora de Fátima

Prot. N. 2011 1477

Eminência / Excelência Reverendíssima,

No dia 29 de junho próximo, celebrar-se-á o sexagésimo aniversário da Ordenação Sacerdotal do nosso amado Papa Bento XVI, [ocorrida] justamente no dia da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo de 1951.

A ocasião é particularmente propícia para unimor-nos mais ao Sumo Pontífice, para darmos testemunho da nossa gratidão, afeto, e comunhão no serviço que oferece a Deus e à Igreja. Mas, sobretudo, em sinal de gratidão por aquele “resplendor da Verdade do Mundo” que o seu Magistério continuamente realiza.

Em espírito de sobrenatural sobriedade, por ocasião do 60º Aniversário – e cremos que [tal gesto] muito agradará ao Santo Padre – convidamos todas as circunscrições eclesiásticas, esperando uma especial participação dos sacerdotes, a oferecer “Sessenta Horas de Adoração Eucarística”, continuadas ou distribuídas no mês de junho próximo, pela santificação do clero e para obter de Deus o dom de novas e santas vocações sacerdotais.

O cume deste percurso de oração poderia coincidir com a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus (Jornada de Santificação dos Sacerdotes), que será no dia 1º de julho, sexta-feira. Desta forma, presentiaríamos o Santo Padre com uma extraordinária coroa de oração e de união sobrenatural, capaz de mostrar o real centro da nossa vida, do qual promana todo esforço missionário e pastoral e autêntica face da Igreja e dos Seus sacerdotes.

Com a certeza [de] que poderemos contar com uma cordial e solícita colaboração de cada um dos Ex.mos Ordinários, em espírito de profunda e permanente comunhão também neste importante Aniversário, [e] na expectativa de uma sinceração adesão, despeço-me, enquanto aproveito a ocasião para confirmar os melhores sentimentos de distinto obséquio.

de Vossa Excelência / Eminência Reverendíssima
dev.mo no Senhor

Mauro Card. Piacenza
Prefeito

+ Celso Morga Iruzubieta
Arcebispo tit. de Alba marítima
Secretário

Fontes: deuslovult.org / presbiteros.com.br

Religião Hoje (G. K. Chesterton)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A ORIGEM DA BÍBLIA

Por Alessandro Lima

Muitas pessoas se surpreendem ao saber que a Bíblia utilizada pelos protestanes é diferente da Bíblia utilizada pelos católicos. Mas qual é a diferença?

Como já escrevemos, o catálogo sagrado foi começou a ser definido pela Igreja Católica em 393 durante o Concílio Regional de Hipona (África). A Igreja desde os tempos apostólicos, utilizou a versão grega dos livros sagrados, chamada Septuaginta.

Desde o séc. IV até o séc. XVI, a Bíblia era a mesma para todos os cristãos. A diferença ocorreu durante a Reforma Protestante, quando Martinho Lutero renegou 7 livros do antigo testamento (Tobias, Judite, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, trechos de Daniel e Ester) e a carta de Tiago do Novo Testamento.

Lutero renegou tais livros porque eram fortemente contrários à sua doutrina. Por causa de uma das colunas de sua doutrina a "Sola Fide" ou Somente a fé, Lutero alterou o famoso versículo "Mas o justo viverá da fé" (Rm 1,17) para "Mas o justo viverá somente pela fé", e renegava a Carta de Tiago, que ensina que somente a fé não basta, é preciso as obras. Devido ao prestígio que a Carta de Tiago tinha, Lutero não obteve sucesso ao excluir tal livro. Quanto ao Antigo Testamento, os protestantes então revolveram ficar com o catálogo definido pelos Judeus da Palestina.

Este catálogo Judaico foi definido por volta de 100 DC na cidade de Jâmnia, e estes foram os critérios estabelecidos pelos judeus para formarem seu cânon bíblico:

O livro não poderia ter sido escrito fora do território de Israel;

O livro teria que ser totalmente redigido em Hebraico;

O livro teria que ser redigido até o tempo de Esdras (458-428 AC);

O livro não poderia contradizer a Torah de Moisés (os 5 livros de Moisés).

Devido à enorme conversão de judeus ao cristianismo, principalmente os judeus de língua grega, é que os judeus que não aceitaram a Cristo, desenvolveram um judaísmo rabínico, isto é, um judaísmo ultra-nacionalista, para frear a conversão das comunidades judaicas ao cristianismo. Com este cânon bíblico, era proibida pelo menos a leitura de todo o Novo Testamento, que mostra fortemente o cumprimento da promessa do Messias na pessoa de Cristo.

Muitos dos originais hebraicos de alguns livros foram perdidos, existindo somente a versão grega na época da definição do cânon judaico. Isto significa que livros como Eclesiástico e Sabedoria, escritos por Salomão, não foram reconhecidos pelos judeus de Jâmnia, além de outros livros que foram escritos em aramaico durante o domínio caldeu e persa. Recentemente os arqueólogos encontraram em Qruman no Mar Morto, o original hebraico do livro Eclesiástico.

Estes livros do Antigo Testamento que não foram unânimimente aceitos são chamados técnicamente de deuterocanônicos.

Os protestantes entram então em grande contradição, pois aceitam a autoridade dos Judeus da Palestina para o Antigo Testamento e não aceitam a mesma autoridade para o Novo Testamento. Aceitam a autoridade da Igreja Cátólica para o Novo Testamento e não aceitam a mesma autoridade para o Antigo Testamento.

Os apóstolos em suas pregações utilizavam a versão grega dos livros antigos, note que das 350 citações que o Novo Testamento faz dos livros do Antigo Testamento, 300 também se referem aos livros deuterocanônicos.

Fonte: www.veritatis.com.br