Onde está Jesus no cristianismo? Esta na Igreja Primitiva!

Salve Maria!

Acabo de ler um artigo que foi publicado no Jornal A Cidade dia 03/04/2012 – Votuporanga – com o título “Onde está Jesus no Cristianismo?”. Tem como autor Antonio Lima Braga Junior. Confesso não conhecê-lo. Não sei se é ateu, gnóstico ou protestante. Católico com certeza não é.

Minha intenção não é criar polêmicas ou iniciar um debate, e sim dar esclarecimento aos católicos que por ventura foram "contaminados" com tal artigo.

Pelo que parece o autor gosta de dar opiniões sobre a Igreja Católica, como neste outro artigo aqui escrito para o mesmo jornal.

Quando damos uma opinião sobre algo, temos que no mínimo ter conhecimento básico sobre o assunto, e estarmos comprometidos com a verdade. Ao contrário somos falaciosos – assim ensina a retórica, cujo autor cita no início do seu texto como sendo a arma – recurso – para manipular a massa, o homem.

A afirmação de que o homem gosta de ouvir mentiras, sobre o pretexto de que a verdade dói da o start e mostra qual a intenção do autor; falar a verdade. Mesmo que os donos da verdade tenham uma verdade menos dolorida.

Quanto a Verdade – com V maiúsculo – o grande filósofo e teólogo Santo Agostinho compreendeu que não era ele a encontrar a Verdade, mas que era a própria Verdade em pessoa – Deus – a procurá-lo e a encontrá-lo.

A Igreja Católica passa os dois mil anos de sua existência apontando pra esta Verdade, mas o autor com seus quarenta anos de observação, acredita piamente em si, e em suas opiniões. Com base no que a maioria das pessoas fala. É daí que ele tira suas opiniões. É daí que vêm suas verdades.

Já dizia o grande escrito inglês G. K. Chesterton:

“Quer saber onde ficam os homens que acreditam em si mesmos? Eu sei. Sei de homens que acreditam em si mesmos com uma confiança mais colossal do que a de Napoleão ou César. Sei onde arde a estrela fixa da certeza e do sucesso. Posso conduzi-lo aos tronos dos super-homens. Os homens que realmente acreditam em si mesmos estão todos em asilos de lunáticos”.

A Verdade liberta, mas quem disse que ela seria agradável. Nisso nos dois concordamos. Não estou escrevendo de um asilo de lunáticos, mas acredito que a verdade que trago não poderá ser tão agradável ao Sr Antonio.

Não quero comentar as afirmações sobre as adaptações – termo usado pelo autor – que a Igreja Católica passou ao ponto de deixar o salvador na parede em uma imagem sem vida, ou sobre a briga do Valdemiro Santiago com o Edir Macedo. Quero me concentrar neste trecho:

“A católica se auto predomina primitiva, mas de primitiva não tem nada”.

Se a intenção do autor quando fala de Igreja Primitiva se dá as comunidades que surgiram depois da ressurreição de Cristo, ele esta falando da Igreja Católica. A afirmação não é verdadeira, é uma falácia.

A afirmação de que a própria Igreja Católica se autodenomina a Igreja Primitiva, desmorona diante da lista de duzentos e sessenta e quatro Papas ao longo história. De Pedro a Bento XVI – Sucessão Apostólica.

Um documento oficial do Sagrado Magistério da Igreja Católica quando fala do plano de Deus para a salvação da humanidade traz a seguinte afirmação:

“E, aos que creem em Cristo, decidiu chamá-los à santa Igreja, a qual, prefigurada já desde o princípio do mundo e admiràvelmente preparada na história do povo de Israel e na Antiga Aliança, foi constituída no fim dos tempos e manifestada pela efusão do Espírito, e será gloriosamente consumada no fim dos séculos”. (Lumen Gentium 2)

Bem diferente do que escreveu Antonio.

Não sei qual a intenção do autor em escrever em um jornal uma falácia dessas sobre a Igreja Católica. Será falta de conhecimento? Ou mais um ataque?

Ninguém autodenomina quando nasceu. Seria o mesmo que eu decidisse agora me autodenominar: sou um homem das cavernas. Ou então: Ainda não nasci, pois sou um homem do futuro. É impossível. É anti-filosófico, concorda?

A Igreja Primitiva é aquela que Jesus edificou em Pedro:

“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela.” (Mt 16, 18).

Muitos escritores da Igreja Primitiva usavam "o termo" Igreja Católica em seus escritos – atenção as datas.

Entre eles o bispo e mártir Santo Inácio de Antioquia (Nascimento 35 d.C. - Morte 107 d.C.) que foi discípulo do apostolo São João:

“Onde está Cristo Jesus, está a Igreja católica.” (Carta aos erminenses 8,2).

São Vicente de Lerins (†450):

(...) “primeiro  com a  autoridade da Lei  divina, e segundo, com a tradição da Igreja Católica” (Commonitorium).

Santo Epifânio (†403):

“A Igreja é a finalidade de todas as coisas”. (Haer. 1,1,5)“ ‘Há um caminho real’, que  é a Igreja católica, e uma só senda da verdade.

Enfim, não tem como acreditar que uma “instituição” que passa de dois milênios possa ter se autointitulada primitiva (que surgiu depois da ressurreição de Cristo).

Sim, existe um “modernismo” nocivo ao chamado que a Santa Igreja tem de levar as almas para o céu. Uma teologia puramente libertadora social – infiltrada – tem destruído os tesouros da fé, prometendo um paraíso aqui na terra. Estes teólogos sim estão afastados da Igreja Primitiva. Perderam o essencial. Vale a pena enfatizar que são alguns teólogos, e não todo o Corpo de Cristo (Igreja Católica). Confiamos na promessa de Jesus que as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16,18). O próprio Papa Bento XVI – que combate esta teologia – afirmou certa vez que a Igreja Primitiva é um modelo para a sociedade.

Se a intenção do autor era mostrar que a Igreja Católica em nada se assemelha com a Igreja dos apóstolos, a dos tempos das perseguições ou a dos Santos Padres; o que dizer dos Sacramentos, da Tradição, dos dogmas, da Santa Missa, da devoção aos santos e a Virgem Maria, do diaconato, do presbiterado, do episcopado – do Sacerdócio, da teologia, da filosofia, da sucessão apostólica, da caridade, da moral, da penitência, da ascese, dos mártires, dos concílios, da direção espiritual, das orações, da liturgia, das Sagradas Escrituras, das vocações, das perseguições, etc, etc, etc...

Agora podemos então responder a pergunta: Onde está Jesus no cristianismo? Esta na Igreja Primitiva!

Viva a Igreja Primitiva, viva a Igreja Católica!

Quanto às declarações sobre o desastre das divisões e as comunidades que tem feito do evangelho um comércio,  –  não tenho folego para comentar – o autor tem toda razão, não se pode negar. É uma vergonha.

Rezemos pela conversão e pela salvação das almas.

Santa Páscoa a todos!

Pax et Ignis!