quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PSEUDO ALEGRIA OPEN BAR


Por Celito Garcia


Meus queridos irmãos e irmãs, paz.


Estamos vivendo um tempo em nosso município de muita expectativa quanto às baladas open bar. Corre sempre a conversa entre os jovens. Alguns criam comunidades no famoso site de relacionamento da internet, manifestando sua indignação por não ter o, tão badalado e “lucrativo” Carnavotu este ano em nossa cidade. Observando alguns desses comentários, não sei se fico indignado ou se choro diante do computador. Mas, dá pra ficar indignado mesmo, e pra chorar também. Como nossa juventude está cega.


Os comentários são sempre os mesmos: “como será minha vida sem o Carnavotu?”. “Ai que tristeza, proibiram o Carnavotu. Que injustiça!”. “Agora que Votuporanga não vai pra frente!”. “O Carnavotu é só alegria!”.


Primeiro pra esclarecer de vez. Não houve proibição do Carnavotu! Foram seus idealizadores que deixaram de realizar, pois deixaram bem claro que só fariam se fosse à modalidade open-bar. Como – graças a Deus – os corajosos promotores conseguiram barrar esta modalidade, seus organizadores tiveram que deixar a “porta do buteco” fechada. Vaya com Dios.


Percebem os comentários acima? Meus queridos, Votuporanga que já foi chamada de Capital da Educação, têm vivido há alguns anos uma onda de promiscuidade, falta de moral, violência, imprudência e tantos outros nomes que eu poderia acrescentar aqui devido a contribuição eficaz dessas festas open bar. Alguém ai já passou em frente ao Carnavotu, Oba, ou qualquer outra dessas baladas, depois que se encerram as noites de bebedeira? Quem já passou pode confirmar, por favor, quantos jovens que ficam desfrutando das suas “alegrias”, caídos nas sarjetas? Meninas, vomitando toda “alegria” que passou durante algumas horas ao barulho de um trio elétrico super potente?


Vocês que são pais, reflitam comigo: Se algumas festas que cobram – e cobram caro – pelas bebidas, já causam tanta desgraça na vida dos jovens e de suas famílias, imagine essas festas na modalidade open bar? Onde você paga caro o pacote fechado e tenta beber o quanto agüentar para minimizar os custos.


E os nossos representantes do poder público? Infelizmente deu pra perceber que muitos dos que colocamos sentados nas cadeiras do poder legislativo não estão nem ai com os nossos jovens. Que me desculpe o senhor prefeito, mas dizer que vai lutar com todas as forças para que essas festas sejam legalizadas na modalidade open bar, é brincadeira! “É pá cabá mesmo!” É uma falta de responsabilidade total, ainda mais depois de tudo o que vem acontecendo. Talvez seja por isso que estão reformando as calçadas da Rua Amazonas. Para que seja mais confortável para o jovem reclinar sua cabeça, desfrutando de sua “alegria” depois de uma balada open bar. Pra mim, PSEUDO ALEGRIA OPEN BAR!


Gostaria de pedir aos parlamentares que são contra as festas na modalidade open bar, que também se manifestem. Vamos juntar forças, pois já dizia Martin Luther King “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-caráter, nem dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons!”.


Um padre um dia me levou a uma reflexão com a seguinte pergunta: “Porque os maus podem ser radicalmente maus, e os bons não podem ser radicalmente bons?” Não se trata aqui de dividir os bons dos maus, ou que os empresários e parlamentares que querem a modalidade open bar são “demoníacos” e nós os santos, não é nada disso. Gostaria também de ouvir o barulho dos que são contra as festas open bar. Gostaria de provocar em vocês uma ousadia e uma imensa vontade de lutar pela salvação de nossos jovens, pois entre eles pode estar seu filho.


Mas e o lucro? E o turismo?


Que lucro? Que turismo?


Mande um e-mail pra mim, por favor, e me passe o seu extrato bancário pra eu ver quanto você lucrou com essas festas. Só vale a população!


E os turistas então. Sem generalizar é claro, não sou um bitolado também, mas muitos vêm pra denegrir ainda mais a “boa” imagem de nossa cidade. Um dia numa dessas edições da “lucrativa” micareta, tinha alguns turistas andando de sunga em plena Rua Amazonas. Que pena que ainda não era a nova Rua Amazonas, ia ficar mais chique! Ou então que tal elaborar um projeto de uma prainha aqui em Votuporanga só para acolhê-los melhor. Ora, vamos parar de querer tapar o sol com a peneira.


O duro é ter que confessar que já participei de algumas dessas edições. Talvez por isso tenha um pouco mais de autoridade em falar sobre este polêmico e delicado assunto, pois também já saí em algumas edições vomitando minha “alegria”.


Nossos filhos estão sendo “catequizados” por uma cultura de morte, que se esconde atrás de uma máscara chamada lucro.


Entre a vida e o lucro, fiquemos com a vida!


Deixe-me partilhar algo muito dolorido que estou vivendo neste momento junto com minha família, que irá traduzir todas estas palavras que até agora parecem de ataque e revolta.


No dia 8 de julho aconteceu um acidente no bairro Pozzobon, por volta das 22:00 horas mais ou menos. Estavam quatro garotos dentro de um Astra em alta velocidade. O motorista, um jovem que acabara de tirar carteira, e segundo seus amigos, estava bebendo tranquilamente. O motorista do Astra marcando seus cento e poucos quilômetros por hora, perde o controle e bate na árvore, que bate no portão, que bate no registro de luz de outra casa, que bate no poste, que capota o carro. Quatro jovens dentro do automóvel. O Bruninho, meu irmãozinho, estava de cinto e todas as batidas foram do lado que ele estava. O Bruno Henrique Ramalho da Silva de 17 anos foi levado para a emergência já com o coração parado. Conseguiram fazer seu coração voltar a bater. Deus permitiu que ficasse vivo por mais três dias para dar tempo de receber os sacramentos da Igreja, pois era católico. No dia onze as 15:00 horas, o Bruninho faleceu. Voltou para sua casa no céu.


Eles estavam todos felizes indo a uma casa de show. Meu irmão ainda tinha menoridade, mas com certeza ia entrar.


Não quero aqui fazer sensacionalismo barato, pois não preciso disso. Nem estou culpando empresários, ou o motorista do carro, ao contrário, tenho orado muito por ele e querendo ou não, este jovem também é vítima desta cultura da morte. Louvo a Deus pelos três jovens que estão vivos, acredito que Deus tem um plano na vida de cada um.


Sei que a proibição das festas open bar não vai acabar com a violência em nossa cidade, mas é louvável a atitude dos promotores, e a preocupação com tudo o que está acontecendo. Não foi a primeira vez, e infelizmente não será a ultima.


Mas até quando? Até quando Votuporanga? Até quando poderes constituídos? Quando veremos vocês lutando verdadeiramente contra essa cultura de morte? Pseudo Alegria Open Bar! Enquanto existir essa luta desgraçada para liberar que os jovens usem toda sua alegria bebendo a vontade, existem jovens se drogando, se matando, se prostituindo. Será que alguém percebeu isso?


Porque vocês não usam toda essa popularidade e força que vocês têm para fazer campanhas contra as drogas, contra a prostituição. Ei deputado, ei vereadores, ei prefeito, é anticonstitucional proibir? Ei jornalistas, é um abuso proibir festas open bar?


Então o negócio é deixar os jovens se matarem mesmo! Desde que alguns lucrem com isso.


Estarei em oração para que nunca vocês passem o mesmo que eu e minha família estamos passando. Pois este sentimento sim é anticonstitucional, pois contraria todos os sonhos que tínhamos com o futuro do Bruninho.


Finalizo deixando bem claro que não tenho nada pessoal contra ninguém, nada mesmo. Ainda estou me colocando em oração por todos vocês que ainda teimam em lutar por essa desgraça que são as festas open bar. Contem com minhas orações e de muitos jovens que formam um pequeno exército que lutam para que nunca mais aconteça nenhuma dessas festas open bar aqui em Votuporanga. Deus abençoe a todos.


Jovem, Jesus te Ama!


“Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa.” (Jo 15,11).


Pax et Ignis!

Deus benedicat te et custodiat te!


Celito Garcia

8 comentários:

  1. Irmão, sem comentários, vc disse tudo, é um forte documento em defesa a vida, nossos jovens estao morrendo por pouca coisa, por bobeira, e vc resumiu tudo neste post, Glória a Deus por essas palavras, que muitas familias sejam tocadas por essas palavras irmao, tamo junto nesse exertico, Deus Abençoe JOVEM JESUS TE AMA!!!(DaNn)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. É tiago, essa sua comparação não foi das melhores, mas tbm não acho estupida pois entendi o sentido! Mas não concorda comigo que ir a Igreja é bem diferente de ir a uma festa e encher a cara e colocar sua vida e a dos outros em risco? isso não é uma analogia estupida tbm! Deus abençoe, obrigado pela sua opinião! Paz amigo!

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  4. Não, concordo com você que existe uma grande diferença entre frequentar uma festa Open Bar e frequentar uma Igreja. Mas o que quero expressar aqui é que a unica pessoa que deveria decidir o que é bom para ela, é unica e exclusivamente ela mesma, infelizmente não é assim. Por isso dei o exemplo da proibição de ir a igreja. espero que você não tenha me levado a mal.
    Boa sorte com seu blog, abraços.

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  5. É Celito, é cada um que aparece e com cada papo. Fico imaginando se isso é o melhor que estes caras conseguem pensar em termo de contraposição de idéias. Essa realmente foi de dar pena. Se tiver mais uma meia dúzia de gente assim, vai faltar qualheira!!!

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  6. Precisamos muito, além da oração e nos manisfestar através dos meios de comunicações serios e comprometidos com a vida, nos candidatarmos a estes cargos e sermos o que este país precisa: Político Responsáveis! chega de muleques! e sobre nosso amigo thiago: Pega ele Jesus! to orando por ele e por vc celito, Deus abençoe!

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  7. Parabéns pelo texto. Sou comentarista no Blog do Lamparina e li seu artigo no Lamparina na Rua. Além de muito emocionante, algo que se falou com o coração e não com a tradicional defesa racional, esta está incluída em cada palavra dita.
    Em nome das pessoas de bem, muito obrigado.
    KIKO

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  8. Carambolas!

    Muito bom!

    Aproveito para agradecer a Santa Sofia.
    Minha observadora fiel.
    Amém!

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