quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"VIVA CRISTO REI!" - O MARTIRIO DE UM JOVEM CATÓLICO

Jovem mexicano, mártir do comunismo, autêntico modelo de herói católico

Por Plinio Corrêa de Oliveira

"Viva Cristo, Rei!". Tal era o brado que, nos anos 20, abria as portas do Céu e da glória eterna para muitos dos mártires durante a resistência católica no México.

Os mártires cristeros, que participaram heroicamente de tal resistência, bradavam-no ao serem fuzilados pelo regime comunista contra o qual lutavam: um regime tirânico, que fechou as igrejas, perseguiu a Religião católica e semeou a desgraça sobre a Nação amada por Nossa Senhora de Guadalupe.

Luís Segura Vilchi - o jovem que aparece nas duas fotografias desta página - não foi submetido a um julgamento. Sem qualquer aviso prévio, foi ele retirado do cárcere para enfrentar o pelotão de fuzilamento. Esse jovem também deu aquele glorioso brado, quando foi alvejado pelos tiros de seus executores. Contra ele fora lançada a acusação de conspirar contra a vida do Ímpio ditador Obregón.

Na fotografia de cima, vemos o prisioneiro caminhando para o local de sua execução, acompanhado por um sinistro funcionário do regime mexicano. Está sereno como se atravessasse a nave de uma igreja após receber a Santa Comunhão, que lhe proporcionava o Íntimo convívio eucarístico com o Deus, pelo qual, dentro de alguns instantes, ele haveria de morrer.

Puro, varonil, nobre mente senhor de si, bem vestido, distinto, e visivelmente dotado de boa educação, este herói pode legitimamente ser considerado um modelo de jovem católico: sério, generoso, cheio de fé e de coragem.

Luís Vilchi se vinculara ao movimento Cristero e, graças à sua vigorosa personalidade, a seu fervor e inteligência, logo se tornou um dos seus propulsores.

Testemunhas afirmaram que o jovem mártir só foi informado de sua iminente execução quando estava sendo retirado da sua cela. Prontamente respondeu ele que seus assassinos o enviariam para o Céu.

Até mesmo o comandante e os soldados do pelotão de fuzilamento comoveram-se ao presenciarem suas disposições de espírito.

Vilchi teve que passar perto do cadáver ainda quente do célebre Padre Pró (foto). Na mencionada fotografia, ele está olhando para um ponto à sua direita, onde jazia o corpo do famoso sacerdote jesuíta, executado minutos antes.

Enfrentando Vilchi essa situação, não se nota em suas feições nem mesmo a menor crispação. Ele não dá o menor indício de pânico ou desalento. Sua expressão fisionômica permanece imutável enquanto contempla a dura realidade tão cruelmente apresentada a seus olhos. Ele será a próxima vítima da revolução comunista; e comentaristas da época confirmam que não se observou nenhuma alteração em seu plácido semblante.

Tal domínio de si só pode resultar de uma graça extraordinária para enfrentar o martírio e de uma especial força espiritual. Sua alma era forte, porque se preparou mediante longos sofrimentos anteriores. Através de árdua reflexão e meditação, ele encarou o mais trágico que lhe poderia suceder.

Em nossos dias, o homem detesta preparar-se para o pior. Prefere sempre sonhar com o melhor, imaginar uma idílica situação para si mesmo, na qual lhe suceda tudo de bom, sem a interferência de qualquer mal. Ele assim age para não ser obrigado a reconhecer a importância do sofrimento no tocante à própria santificação.

Qual a conseqüência? Quando ocorre o pior, o ânimo da pessoa que foge do sofrimento entra em colapso. Com o jovem Vilchi não sucedeu isso. Ele estava preparado para a realidade mais cruel.

"Senhores, estou pronto!", disse Vilchi diante de seus executores, com sobranceria, olhando para o céu. Este momento exato ficou registrado na foto ao lado. Segundos depois - e com que segurança! - ele entrava em outro Céu, do qual o nosso é apenas um símbolo. Que glória a sua, ao ser levado pelos Anjos ante o Trono excelso de Deus para o verdadeiro encontro com Cristo Rei - por quem ele acabava de oferecer a vida terrena -, e com Maria Santíssima, que sorriu docemente para esse heróico filho!

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