quinta-feira, 22 de outubro de 2009

QUEM COMO DEUS? QUEM COMO A IGREJA?

Por Celito Garcia

“Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande chefe, o protetor dos filhos do seu povo. Será uma época de tal desolação, como jamais houve igual desde que as nações existem até aquele momento. Então, entre os filhos de teu povo, serão salvos todos aqueles que se acharem inscritos no livro”. (Dn 12,1)

Quem como Deus?

Foi com este grito que São Miguel venceu Lúcifer e todos os anjos que se rebelaram contra Deus.

É também o significado de seu nome em hebraico “Mi-Ka-El”. Seu próprio nome é uma grande demonstração de obediência, fidelidade e humildade.

Enquanto Lúcifer comandava a rebelião influenciando muitos anjos a virarem as costas para Deus, o Arcanjo Miguel, seu adversário (Ap 12,7-8) manteve-se firme e obediente até o fim.

Com certeza Lúcifer tentou convencer Miguel, e deve ter tentado seduzi-lo com muitas propostas enganadoras, e sabemos que o inimigo é muito bom nisso. “Seremos como Deus”, “seremos livres”, “siga-me Miguel”. Quem como Deus?

É muito importante notarmos irmãos que Miguel tinha total liberdade para seguir Lúcifer. Deus não interferiu em nada, mas ficou aguardando a resposta de Miguel, que não decepcionou o seu criador.

Miguel virou o grande adversário de Lúcifer, foi o próprio que na ultima batalha contra o dragão no céu – visualizado por São João – travou combate junto com seus anjos, prevaleceram e não deixaram lugar no céu para o dragão e seus anjos rebeldes (Ap 12,7-8).

São Miguel reconheceu – e nos ensina muito bem isso – que fora da presença de Deus ele nada seria. A obediência, e o amor para com seu criador fizeram do Arcanjo fiel até o fim. Miguel não foi confundido!

Observando a obediência e a fidelidade de São Miguel Arcanjo proponho uma reflexão a todos nós Católicos que amamos a Igreja Una (Ef 4,5) e aqueles que a deixaram um dia.
Quem como a Igreja?

Devemos reconhecer que sem a Igreja não somos nada.

A Igreja é mãe, e toda mãe ama e cuida de seu filho. Imagine um filho que com apenas quatro anos de idade decide se virar sozinho, coitado!

O Concílio Vaticano II – assistido pelo Espírito Santo – em seu primeiro documento a constituição dogmática Lumen Gentium explica a Santa Igreja como vontade do Pai.

“E, aos que crêem em Cristo, decidiu chamá-los à santa Igreja, a qual, prefigurada já desde o princípio do mundo e admiràvelmente preparada na história do povo de Israel e na Antiga Aliança, foi constituída no fim dos tempos e manifestada pela efusão do Espírito, e será gloriosamente consumada no fim dos séculos. Então, como se lê nos Santos Padres, todos os justos depois de Adão, «desde o justo Abel até ao último eleito», se reunirão em Igreja universal junto do Pai” (LG 2).

A Igreja Católica – 2009 anos – é vontade de Deus para a humanidade.

Vemos hoje muitos irmãos se rebelando contra a Igreja, da mesma maneira que Lúcifer se rebelava contra Deus. Muitos pequeninos têm acompanhado esses líderes cujo objetivo em muitos – não se pode negar – é destruir a Santa Igreja.

Para atingirem seus objetivos fazem promessas de prosperidade, seus discursos são preparados para atacar a Igreja Católica buscando seduzir pessoas despreparadas para que A deixem. Depois de pouco tempo afastadas e catequizadas essas pessoas se tornam inimigas da Igreja Católica. Muito semelhante ao inimigo de Miguel, não acha?

Enquanto isso acontece fora do redil, – por mais que nos entristece – Jesus já havia nos alertado dos falsos profetas e das falsas doutrinas. A Igreja esta preparada, pois já em sua fundação Jesus declarava: “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18). E quando acontece entre os que estão no redil? Entre os batizados. Ai sim é triste.

Basta ligar a TV quando o assunto é aborto, por exemplo, sempre tem um católico sendo entrevistado que faz questão de dizer: “Eu sou Católico, mas... sou a favor do aborto”, “sou Católico mas... sou a favor da camisinha”, “sou Católico mas... não aceito o Concilio Vaticano!”, “sou Católico mas... não aceito a CNBB” e por ai vai.

Mas, mas e mas, são tantos mas. Católicos? Eu pergunto. “Chatólicos” eu respondo!

A Igreja é mãe, e todo filho que desobedece a mãe sempre se lasca. Já aconteceu com você de sua querida mãe dizer: “Filho leva blusa que vai fazer frio”. Você não levou e se lascou. Era para seu bem. É assim, a Igreja fala e é para o bem da humanidade, mesmo que você ache estranho, ou discorde. Vá além. Busque saber o motivo em que a Mãe Igreja esta se declarando contra ou a favor de qualquer assunto. É para o seu bem, para a sua santificação!

Imagine nossos movimentos ou pastorais fora da Igreja. Ais sim têm que levar ao pé da letra e expressão: “fora da Igreja não há salvação”. Os ramos morrem fora da videira (Jo 15,5).

Vamos pegar o exemplo da Renovação Carismática Católica (RCC), minha realidade. Sou RCC, sou Igreja.

No início a RCC assustou um pouco as autoridades da Igreja. Muitos achavam que a RCC acabaria um dia se tornando outra Igreja. O que graças a Deus não aconteceu e nunca vai acontecer.


É impossível ver a RCC fora da comunhão plena com a Igreja Católica. Não tem como!


Observando hoje os membros da RCC são os que mais buscam estudar as Sagradas Escrituras, a Tradição da Igreja e seus documentos. Buscam uma vida de santidade e fuga do pecado nos sacramentos. Confessam-se sempre, são apaixonados pela Eucaristia. Tem profundo amor e devoção por Maria a Mãe de Jesus. Muitas vocações surgem dentro de um Grupo de Oração, os carismas, vida no Espírito e muitas outras graças que o Batismo no Espírito desperta nos carismáticos. Ta bom, “puxei a sardinha” um pouco pro lado da RCC, mas é o que este movimento eclesial fez em minha vida. Tudo isso pra dizer que a RCC não seria nada sem a comunhão total com a Santa Igreja, pois a RCC depende Dela.

Não somos nada sem a orientação da Igreja!

Como Miguel não deu as costas para Deus, não devemos dar as costas para a Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

Obedientes a Igreja estamos seguindo o exemplo de São Miguel Arcanjo que até o fim foi obediente e fiel a Deus.

“A Igreja «prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus», anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cfr. Cor. 11,26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz.” (LG 8).

Quem como Deus? Quem como a Igreja?

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate.

Por Celito Garcia
RCC – Votuporanga

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