terça-feira, 23 de novembro de 2010

Bento XVI e os "Preservativos"


Erro de tradução no livro do Papa troca "prostituto" por "prostituta"

CIDADE DO VATICANO — O texto original em alemão do livro de entrevistas com Bento XVI, no qual o Papa justifica em "algunos casos" o uso do preservativo, fala de "prostituto" e não de "prostituta", como foi traduzido por erro na versão italiana, segundo fontes eclesiásticas.

No texto alemão, aprovado pelo pontífice, o chefe da Igreja Católica considera que, em "alguns casos", o uso do preservativo está justificado e dá como exemplo "quando um prostituto utiliza um profilático".

Segundo as mesmas fontes, o erro na tradução para o italiano, cujos trechos foram divulgados pelo jornal da Santa Sé, L' Osservatore Romano, se deveu a "motivos de rapidez e será corrigido nas próximas edições".

Para o jornal Il Corriere della Sera, que cita fontes do Vaticano, o erro "não altera a substância" da declaração do Papa sobre os casos específicos em que se justifica seu uso.

O erro de tradução causou uma onda de comentários em inúmeros blogs e sites, já que os internautas questionaram as razões pelas quais o Papa dá como exemplo um prostituto, que seria minoria no exercício da prostituição.

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Perito vaticano explica postura do Papa sobre preservativos

Pe. Carlos Simón com o Papa Bento XVI.- O Sub-secretário do Pontifício Conselho para a Família, Pe. Carlos Simón, explicou que "não há nenhuma novidade" na postura do Papa Bento XVI sobre os preservativos no novo livro-entrevista que será apresentado nesta terça-feira 23 de novembro no Vaticano.

No livro "Luz do Mundo" do jornalista alemão Peter Seewald, o Papa expõe como exceção para o uso do preservativo o caso dos varões que se prostituem, como figura no texto original em alemão e a tradução ao inglês, que difere do que foi publicado pelo L’Osservatore Romano que em italiano usa o termo prostituta. A confusão se agravou quando diversos meios de comunicação difundiram este fragmento do livro fora de contexto e o apresentaram como uma mudança na doutrina da Igreja em matéria de sexualidade.

Em uma entrevista com o jornal espanhol La Razón, o Pe. Simón, médico e sacerdote, recordou que o Santo Padre já explicou na sua viagem a África em 2009 a postura da Igreja sobre luta contra a AIDS: a estratégia se fundamenta na promoção da abstinência e da fidelidade; e precisou que nas declarações do Papa a Seewald "não há nenhuma novidade".

"Desde o ponto de vista do meu dicastério não há mudanças: todo ato que não esteja dentro do matrimônio é já uma desordem objetivo. O que deve ser procurado é que este seja o menos mau possível", insistiu.

"O Papa já disse naquela viagem (à África) que na luta contra a AIDS a estratégia da Igreja era a abstinência, a fidelidade e a camisinha. As duas primeiras são formas de lutar contra a AIDS, como assinala o Papa, no contexto da educação e da não-trivialização da sexualidade. Como última via escapatória está o preservativo, nos casos onde as outras duas opções não se puderam desenvolver", explicou.

Do mesmo modo, considerou que "deve-se distinguir quando o Pontífice diz algo de modo coloquial do que quando ele o faz de maneira pedagógica ou em uma expressão de toda sua autoridade, como em uma encíclica. Não há contradição neste assunto".

"O que materialmente disse o Papa neste livro é que nos casos em que nem a abstinência nem a fidelidade puderam ser seguidas, que é a via pela qual aposta a Igreja, existe esta última opção. Uma pessoa pode fazer uso do preservativo de forma responsável para não contagiar nem produzir um mal que danifique a vida".

O Pe. Simón sublinhou que as declarações do Papa "entram dentro da tradição da teologia moral da Igreja. Para esta o ato sexual se entende dentro do contexto de uma relação conjugal. Aí é onde se aplica a moralidade. Todo ato fora do matrimônio a Igreja o rechaça como algo desordenadamente grave. Entramos, em um campo da saúde, trata-se de um terreno onde há um possível contágio".

O sacerdote esclareceu que o pecado é ter relações sexuais fora do matrimônio e "o preservativo então é um mal menor que evita um possível contágio. Em caso de que não haja este perigo é uma desfiguração de uma relação já alterada porque não esqueçamos que se trata de um anticoncepcional".

Para a Igreja, explicou, "os atos sexuais devem ter lugar entre dois cônjuges e, portanto, quando se realizam fora do matrimônio têm uma desordem intrínseca. O que o Papa disse é que em alguns casos nos que há um risco seguro de contágio então está justificado o preservativo. Vejo a novidade no aspecto terminológico, não na idéia nem no contexto. O Papa não revolucionou nenhum ensino da Igreja. Assinala que não se deve banalizar a sexualidade. No caso de que já se haja produzido uma desordem, que para a Igreja é algo grave, deve-se que procurar que não haja um mal ainda mais intenso".

Logo depois de comentar que a Igreja não vai promover o uso do preservativo na luta contra a AIDS quando a abstinência e a fidelidade falham, o Pe. Simón recordou que "a Igreja segue o que o Papa diz quando afirma que se deve integrar a sexualidade na esfera do amor e da entrega. Bento XVI é um grande pensador e está preocupado por conseguir que haja uma harmonia no homem. A Igreja deve insistir nesta via, que é a mais difícil mas faz do homem um ser autêntico, não banal".

"A Igreja seguirá resistindo às pressões daqueles que pedem distribuição dos preservativos. Existe ademais dados científicos que assinalam que a receita da abstinência, a fidelidade e, só em terceiro lugar, o profilático, conseguiram objetivos muito positivos na luta contra a AIDS", acrescentou.

Fonte: ACI Digital



Papa Bento XVI não mudou a doutrina da Igreja sobre os preservativos, precisa porta voz vaticano

.- Em uma nota divulgada ontem, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, explicou que o Papa Bento XVI não mudou a visão católica sobre o uso do preservativo. Este, reiterou, não resolve o problema da AIDS: o que deve ser feito é trabalhar para erradicar a banalização da sexualidade para humanizá-la.

No texto que responde a diversas tergiversações dos meios de comunicação que informaram erroneamente que o Papa tinha "aceito a camisinha" no livro-entrevista "Luz do mundo", de Peter Seewald, que será apresentado esta terça-feira 23 de novembro no Vaticano, o Pe. Lombardi explica que no final do 11º capítulo do livro, o Papa responde a duas perguntas sobre a luta contra a AIDS e o uso dos preservativos, questões que dizem respeito à discussão que se seguiu após algumas palavras pronunciadas pelo Papa sobre o assunto durante a sua viagem à África em 2009.

Naquela oportunidade Bento XVI expressou claramente, sendo também tergiversado pelos meios, que a AIDS não se resolve com o preservativo mas com a humanização da sexualidade e uma proximidade especial a quem sofre.

A nota do Pe. Lombardi assinala que nesta ocasião "o Papa reafirma claramente que então, ele não quis tomar posição sobre a questão dos preservativos em geral, mas ele queria afirmar com força que o problema da AIDS não pode ser resolvido apenas com a distribuição de preservativos, porque é necessário fazer muito mais: prevenir, educar, ajudar, aconselhar, estar ao lado das pessoas, seja para que não fiquem doentes, seja no caso em que já estejam doentes".

Seguidamente assinala que "o Papa observa que também no âmbito não eclesial se desenvolveu uma consciência análoga, como resulta da chamada teoria ABC (Abstinence – Be Faithful – Condom) (Abstinência - Ser Fiel - Preservativo), na qual os dois primeiros elementos (abstinência e fidelidade) são muito mais determinantes e fundamentais na luta contra a AIDS, enquanto o preservativo aparece em último lugar como uma escapatória, quando faltam os outros dois. Deve, portanto, ser evidente que o preservativo não é a solução para o problema".

«O Papa amplia o seu olhar e insiste no fato que se concentrar apenas no preservativo equivale a banalizar a sexualidade, que perde o seu significado como expressão do amor entre pessoas e torna-se como uma “droga”. Lutar contra a banalização da sexualidade é “parte do grande esforço para que a sexualidade seja vista positivamente e possa exercer o seu efeito positivo sobre o ser humano na sua totalidade’», prossegue.

O sacerdote indica ademais que "à luz desta visão ampla e profunda da sexualidade humana e da sua problemática de hoje, o Papa reafirma que “naturalmente a Igreja não considera os preservativos como a solução autêntica e moral’ do problema da AIDS".

Com isto, acrescenta o porta voz, "o Papa não reforma ou altera o ensinamento da Igreja, mas o reafirma colocando-se na perspectiva do valor e da dignidade da sexualidade humana como expressão de amor e responsabilidade ".

Ao mesmo tempo, continua o porta voz vaticano, "o Papa considera uma situação excepcional na que a prática sexual represente um verdadeiro risco para a vida do outro. Neste caso, o Papa não justifica moralmente o exercício desordenado da sexualidade, mas acredita que o uso de preservativos para reduzir o risco de contágio seja “um primeiro ato de responsabilidade, um primeiro passo na estrada para uma sexualidade mais humana, do que não usá-lo, expondo o outro ao perigo de vida".

"Nesse sentido, o raciocínio do Papa não pode ser definido como uma reviravolta revolucionária" precisa o jesuíta diretor da Sala Stampa.

Muitos teólogos morais e destacadas personalidades eclesiásticas, diz logo o Pe. Lombardi, "apoiaram e defenderem posições semelhantes; é verdade, porém, que ainda não tínhamos ouvido com tanta clareza da boca de um Papa, mesmo se em uma forma coloquial e não magisterial".

Finalmente a nota assinala que o Papa Bento XVI "dá-nos, então, com coragem, uma importante contribuição para o esclarecimento e aprofundamento sobre uma questão muito debatida. É uma contribuição original, porque de um lado mantém a fidelidade aos princípios morais e demonstra lucidez ao rejeitar um caminho ilusório como a “confiança no preservativo”; do outro, mostra, no entanto, uma visão compreensiva e de longo alcance, atenta a descobrir os pequenos passos - apesar de iniciais e ainda meio confusos – de uma humanidade espiritual e culturalmente muitas vezes muito pobre, em direção de um exercício mais humano e responsável da sexualidade".

Fonte: ACI Digital

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